PERISPÍRITO: É um envoltório semimaterial que prende o Espírito ao corpo físico. Também chamado “corpo etéreo”, “duplo etérico” ou “corpo astral”, ele participa ao mesmo tempo da eletricidade, do fluido magnético e, até certo ponto, da matéria inerte. Poder-se-ia dizer que é a quintessência da matéria.
É o princípio da vida orgânica, porém não o da vida intelectual, que reside no Espírito.
É, além disso, o agente das sensações exteriores.
No corpo, os órgãos, servindo-lhes de condutos, localizam essas sensações. Destruído o corpo, elas se tornam gerais.
O Espírito é uma energia, dizemos “centelha da divina inteligência”, que não pode ocupar e interagir diretamente com o corpo físico, este extremamente denso e pesado, sobretudo em mundos inferiores. Faz-se necessário um molde: o Perispírito, o elo interexistencial, um corpo intermediário, vaporoso, de matéria sutil, que lhe permite manusear o envoltório carnal.
O Perispírito é o intermediário de todas as sensações que o Espírito recebe e pelo qual transmite sua vontade ao exterior e atua sobre os órgãos do corpo.
ORIGEM: “De onde tira o Espírito o seu envoltório semimaterial?
Do fluido universal de cada globo. É por isso que ele não é o mesmo em todos os mundos; passando de um mundo para outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.” (Kardec, “O Livro dos Espíritos”, q. 94)
NATUREZA: Constituído de matéria sutil, intangível, em função de seu estado fluídico, sua condensação será maior ou menor de acordo com a natureza peculiar de cada mundo, e segundo o grau de evolução do Espírito.
LIGAÇÃO COM O CORPO FÍSICO: A união do Espírito ao corpo físico começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito, ainda que errante, está ligado por um liame fluídico ao corpo com o qual se deve unir. Este liame se estreita cada vez mais à medida que o corpo se desenvolve. Desde esse momento, o Espírito é tomado de uma perturbação que aumenta sem cessar. (Kardec, “O Que é o Espiritismo?”, c. 3, q. 116)
“O embrião à medida que vai se desenvolvendo, multiplica o número das células e aumenta a área de fixação do corpo espiritual, o qual se prende às moléculas do corpo físico em formação. Ao concluir a gestação, teremos um recém-nato constituído de um grande número de células que comporão as malhas da rede que retém o corpo perispiritual.” (Ricardo Di Bernardi, “Gestação Sublime Intercâmbio”)
DESLIGAMENTO: Com o processo de morte física, sucede o desprendimento dos laços fluídicos entre corpo físico e Perispírito, desvencilhando-se pouco a pouco com o desligamento de átomo por átomo.
FUNÇÕES DO PERISPÍRITO:
Elencaremos, conforme abaixo, as principais funções do Perispírito:
- Envoltório do Espírito
- Elo entre o Espírito e o Corpo
- Modelo Organizador Biológico
- Veículo da Mediunidade
- Arquivo das Experiências do Espírito
- Sede dos Centros Vitais
1) - Envoltório do Espírito:
Volvendo-se à Introdução de O livro dos Espíritos Cap. VI, encontramos:
"Há no homem três coisas: 1°, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2°, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3°, o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
"Tem assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espíritos.
"O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porém que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das aparições.
"O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento. É um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato.
Da mesma forma com a questão 93, onde, inclusive Allan Kardec em seu comentário, na seqüência, faz a comparação perispírito ao perisperma - que envolve o germe do fruto.
Parte Segunda - Capítulo I
Perispírito
Pergunta 93. O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto numa substância qualquer?
R. "Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira".
Comentário de Allan Kardec: Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito.
2) - Elo entre o Espírito e o Corpo:
Sob este aspecto, o perispírito atua como intermediário entre o corpo e o Espírito. É importante revermos a questão 135 de O Livro dos Espíritos.
Pergunta 135. Há no homem alguma outra coisa além da alma e do corpo?
R. "Há o laço que liga a alma ao corpo".
a) - De que natureza é esse laço?
R. "Semimaterial, isto é, de natureza intermédia entre o Espírito e o corpo. É preciso que seja assim para que os dois se possam comunicar um com o outro. Por meio desse laço é que o Espírito atua sobre a matéria e reciprocamente".
Em o Livro dos Médiuns (1.861), encontramos a referência de que perispírito é o intermediário de todas as sensações que o Espírito recebe e pelo qual transmite a sua vontade.
No Livro Obras Póstumas, há a seguinte referência com relação a esta matéria:
O perispírito serve de intermediário ao Espírito e ao corpo. É o órgão transmissor de todas as sensações. Quando elas vêm do exterior, o corpo recebe a impressão, o perispírito a transmite e o Espírito a recebe. Quando o ato é de iniciativa do Espírito, pode dizer-se que o Espírito quer, o perispírito transmite e o corpo executa.
DO CORPO PARA O ESPÍRITO TRANSMITE SENSAÇÕES
DO ESPÍRITO PARA O CORPO CONDUZ IMPRESSÕES
3) - Modelo Organizador Biológico:
Gabriel Delanne, no seu Livro Evolução Anímica, menciona que os Espíritos conservam a forma humana e isto não só por se apresentarem tipicamente assim, como também porque o perispírito encerra todo um organismo fluídico-modêlo, pelo qual a matéria há de se organizar no condicionamento do corpo físico.
Precisamos recorrer ao perispírito, pois ele é que contém o desenho prévio, a lei onipotente que servirá de regra inflexível ao novo organismo e lhe assegurará o lugar na escala morfológica, segundo o grau de sua evolução. É no embrião que se executa essa ação diretiva.
Tomemos, por exemplo, várias sementes de espécies diferentes. Em analisando-as quimicamente, não poderemos encontrar a menor diferença em sua composição, temo-las absolutamente iguais.
Plantemo-las, após, no mesmo terreno e veremos cada qual submetida a uma idéia diretiva especial, diferente da de sua convizinha.
Durante a vida da planta, essa idéia diretriz conservará a forma característica da planta, renovar-lhe-á os tecidos segundo o plano preconcebido, e conforme ao tipo que lhe foi de origem assinado.
Sendo a matéria primária idêntica para todas as plantas, como idêntica é a força vital para todos os indivíduos, importa exista uma outra força que origine e mantenha a forma. Ao Perispírito atribuímos esse papel, no reino vegetal, como no animal.
Léon Denis, no seu Livro Depois da Morte, nos ensina que o perispírito é um organismo fluídico; é a forma preexistente e sobrevivente do ser humano, sobre qual se modela o envoltório carnal, como uma veste dupla e invisível, constituída de matéria quintenssenciada, que atravessa todos os corpos por mais impenetráveis que estes nos pareçam.
O Espírito Camilo, no livro psicografado por José Raul Teixeira - Correnteza de Luz, explica que: como sendo do perispírito a responsabilidade pela organização do complexo celular, determinando, nas reencarnações humanas, a fixação das caracterizações de ordem genética, no quadro de necessidades e méritos que a Providência Celeste processa, devidamente. Na sua possibilidade plástica, é dotado da função modeladora da forma, dando-lhe, sob o comando espiritual, mental, a expressão da qual necessita para que tal forma material seja ideal para atender as necessidades diversas do reencarnante, ao consumar-se a reencarnação.
Por todos os seus atributos, pelas ligações célula a célula, conduzindo para a carne os impulsos internos da alma e para esta as reações nervosas do corpo físico, o perispírito presta-se como veículo imprescindível para ajudar na exteriorização da mediunidade, nos parâmetros da Terra.
4) - Veículo da Mediunidade:
Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante papel no organismo. Pela sua expansão, põe o Espírito encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres e também com os Espíritos encarnados.
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.
Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; em sendo maus, a impressão é penosa. Se permanentes e energéticos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.
4.1 - Veículo da Mediunidade: O Perispírito e a comunicação Mediúnica:
Um Espírito só consegue se manifestar em nosso meio através da combinação de seus fluidos perispiríticos com os fluidos do médium, que passam a formar uma espécie de atmosfera fluídico-espiritual, comum às suas individualidades, atmosfera essa que torna favorável à transmissão do pensamento, que se faz de Espírito para alma e esta, pela ação que exerce sobre o corpo, exterioriza o conteúdo desse pensamento pelos diferentes tipos de faculdade mediúnica (psicografia, psicofonia, etc).
5) - Arquivo das Experiências do Espírito:
Antônio J. Freire, no seu livro Da Alma Humana, menciona que o perispírito tem, dentre outras funções, a de arquivar nas suas camadas mais sutis e permanentes, como películas cinematográficas, todos os acontecimentos de que fomos protagonistas, registrando e assimilando todos os conhecimentos adquiridos através de nossa evolução individual multimilenária, ficando mergulhados e comprimidos nas profundezas do subconsciente e do subliminal todos esses conhecimentos desnecessários e incompatíveis com a missão progressiva, expiatória e reparadora de cada reencarnação, mas suscetíveis de aflorarem à consciência normal e cerebral por processos hipnóticos/magnéticos, já muitas vezes experimentados e observados sob o nome de regressão de memória das vidas passadas (Conde Albert de Rochas (lê-se Rochá), José Maria Colavida e os atuais pesquisadores).
Gabriel Delanne, no seu Livro Evolução Anímica, faz comentários interessantes a este aspecto:
"O perispírito é a idéia diretora, o plano imponderável da estrutura orgânica. É ele que armazena, registra, conserva todas as percepções, todas as volições e idéias da alma. Ele se constitui a testemunha imutável, o detentor indefectível dos mais fugidios pensamentos, dos sonhos apenas entrevistos e formulados. É enfim, o guardião fiel, o acervo imperdível do nosso passado (grifo nosso). Em sua substância incorruptível, fixaram-se as leis do nosso desenvolvimento, tornando-o por excelência o conservador da nossa personalidade, por isso que nele é que reside a memória.
6) - Sede dos Centros Vitais:
Estamos imersos num mar de fluidos, derivados do Fluido Cósmico Universal - FCU e absorvendo e metabolizando o Fluido Vital, que por si só, separado da matéria, não tem existência.
Esta absorção que se dá automaticamente é feita pelos determinados Centros de Força, que já eram conhecidos pelas doutrinas secretas e iniciáticas, com a denominação de CHAKRA - palavra sânscrita que significa roda, devido a que esses centros são constituídos por uma série de vórtices semelhantes a rodas que existem na superfície do perispírito.
André Luiz no Livro Entre a Terra e o Céu refere-se à denominação Centros de Força para designar esses centros perispirituais. O instrutor Clarêncio, estudando a fisiologia do perispírito, explica a André Luiz a existência dos Centros de Força e os apresenta em número de 07 Principais.
1) - CENTRO CORONÁRIO:
Expressão máxima do veículo perispiritual, considerado pela filosofia hindu como sendo o lótus de mil pétalas, por ser o mais significativo em razão do seu alto potencial de radiações, de vez que nele assenta a ligação com a mente, fulgurante sede da consciência. Este centro recebe em primeiro lugar os estímulos do Espírito, comandando os demais, vibrando com eles. Dele emanam as energias de sustentação do sistema nervoso e suas subdivisões.
Este centro é que liga os planos espiritual e material.
Ele relaciona-se, materialmente, com a EPÍFISE.
EPÍFISE: Também denominada Glândula Pineal, está situada na região denominada Epitálamo, tem a forma de uma pinha, e é pouco conhecida pela Ciência, embora desde Galeno (201 a 130 a.C.) e na antigüidade já fosse descrita.
Os neurologistas situam-na à frente do cerebelo, acima dos tubérculos, quadrigêmeos e por baixo do corpo caloso.
As funções do Corpo Pineal são desconhecidas, porém, a verificação de casos de puberdade precoce levou os cientistas a concluírem que a glândula tem papel importante no controle sexual no período infantil.
André Luiz, no seu livro Missionários da Luz, traduzindo a palavra do instrutor Alexandre, nos revela que a epífise é a glândula da vida mental; ela acorda no organismo do homem, na puberdade, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre.
A Glândula Pineal segrega hormônios psíquicos ou "unidades força" que vão atuar, de maneira positiva, nas energias geradoras. Segregando unidades-força, pode ser comparada à poderosa usina, que deve ser aproveitada e controlada, no serviço de iluminação, refinamento e benefício da personalidade.
No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papel mais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à nossa esfera.
2) - CENTRO FRONTAL OU CEREBRAL:
Responsável direto pelo funcionamento dos centros superiores do processo intelectivo, bem como do Sistema Nervoso Central (visão, audição, tato, etc). É no Centro Frontal que possuímos o comando do núcleo endócrino, referente aos poderes psíquicos. Relaciona-se com os lobos frontais.
3) - CENTRO LARÍNGEO:
É o responsável pelo funcionamento das glândulas do Timo, da Tiróide e dos órgãos responsáveis pela fala. Está relacionado materialmente com o plexo cervical.
4) - CENTRO CARDÍACO:
É responsável pelo funcionamento do coração e do aparelho circulatório e pelo controle dos sentimentos. Está materialmente relacionado com o plexo cardíaco.
5) - CENTRO GÁSTRICO:
Responsável pelo funcionamento do aparelho digestivo; pela assimilação de elementos nutritivos e reposição de fluidos em nossa organização física. É responsável pelo controle das emoções. Relaciona-se, materialmente, com o plexo hipogástrico.
6) - CENTRO ESPLÊNICO:
Responsável pelo funcionamento do baço, pela formação e reposição das defesas orgânicas através do sangue; Relaciona-se, materialmente, com o plexo mesentérico (intestino inferior) e o baço.
7) - CENTRO GENÉSICO OU BÁSICO:
Responsável pelo funcionamento dos órgãos de reprodução e das emoções daí advindas; relaciona-se, materialmente, com o plexo sacro e hipogástrico.
Correlação entre o Perispírito e a Aura Psíquica ou Hálito Mental:
Todos nós, encarnados e desencarnados vivemos mergulhados no FCU. Essa substância é absorvida automática e inconscientemente por várias portas de entrada (respiração, Centros de Força Vital - Chakras).
O FCU é absorvido e metabolizado em fluido Vital, circulando por esses diversos Centros de Forças, canalizando de acordo com o padrão vibratório de cada um, irradiando-se em torno do seu possuidor, com suas características particulares, formando o denominado "Hálito Mental" ou "aura Psíquica".
Todas as agregações celulares emitem radiações - halo energético.
No homem, essas irradiações são enriquecidas e modificadas pelos fatores do pensamento contínuo, modelando e formando a chamada Aura Humana.
A Aura é então, um espelho sensível em que todos os estados da alma se estampam com sinais característicos - todas as idéias se evidenciam, como se fossem telas vivas.
Ela retrata todos os pensamentos e estados em cores e imagens.
Através da Aura é que:
- somos vistos e examinados pelas Inteligências Superiores,
- somos sentidos e reconhecidos pelos nossos afins e
- exteriorizamos o reflexo de nós mesmos sem necessidade de palavras.
Quando ela é detectada, mostra exatamente o que somos e como somos - física, psíquica e moralmente.
Por ser nossa irradiação emitida diretamente ao meio externo, através dela, comunicamos ao mundo material e espiritual, nossa faixa de vibração.
Ela não é, contudo o Perispírito, mas apenas uma emanação deste.
Segundo André Luiz, todas as agregações celulares emitem radiações. Essas radiações se articulando formam "tecidos de força" em torno dos corpos que a exteriorizam.
No homem, semelhante projeção é profundamente enriquecida e modificada pelo "fatores do pensamento contínuo".
A Fotosfera Psíquica atende à cromática variada, segundo a onda mental que emitimos, retratando-nos todos os pensamentos em cores.
Propriedades do Perispírito
PLASTICIDADE
O Perispírito possui extremo poder plástico, adaptando-se às ordens mentais que brotam continuamente do Espírito.
Vale a máxima: “Pensou, Vibrou, Plasmou.” Assim, a apresentação perispiritual são modeladas pelo estado psíquico do Espírito, podendo portar o perispírito objetos como óculos, que de nada lhe servem.
“O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas. Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.” (...) “Os anjos caídos não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir. Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.” (Francisco Cândido Xavier, Médium, Emmanuel, Espírito. “Roteiro”, 9ª ed. Rio de Janeiro: FEB)
DENSIDADE
O Perispírito trata-se de porção de matéria quintessenciada, e, como matéria, possui densidade que varia de acordo com o grau de evolução do Espírito.
PONDERABILIDADE
O Perispírito possui massa imperceptível para os instrumentos dos encarnados terrenos, mas mensurável na dimensão espiritual. A condição vibratória de seus fluidos não apresenta uma massa que se possa medir na Terra.
LUMINOSIDADE
A luminosidade, como a densidade, desponta como uma característica muito pessoal do Espírito.
Esta luminosidade é o que os sensitivos e videntes identificam como “aura”.
“Por sua natureza, possui o Espírito uma propriedade luminosa que se desenvolve sob o influxo da atividade e das qualidades da alma. (...) A intensidade da luz está na razão da pureza do Espírito: as menores imperfeições morais atenuam-na e enfraquecem-na.”
“A luz irradiada por um Espírito será tanto mais viva, quanto maior o seu adiantamento. Assim, sendo o Espírito, de alguma sorte o próprio farol, verá proporcionalmente à intensidade da luz que produz, do que resulta que os Espíritos que não a produzem acham-se na obscuridade.” (Kardec. “O Céu e o Inferno”, 39ª ed., Rio de Janeiro: FEB, 1994, p.292)
PENETRABILIDADE
O Perispírito, também em função de suas características vibratórias, possui natureza etérea que lhe permite atravessar qualquer barreira física terrena.
“Matéria nenhuma lhe opõe obstáculo; ele as atravessa todas, como a luz atravessa os corpos transparentes.”
“Daí vem que não há como impedir que os Espíritos entrem num recinto inteiramente fechado.” (Kardec. “Obras Póstumas”, FEB, pp.47-48)
VISIBILIDADE
O Perispírito é completamente invisível para os olhos físicos. Não o é para os Espíritos. Aos encarnados vê-lo só é possível para pessoas preparadas mediunicamente, pela propriedade chamada “os olhos da alma”.
Na espiritualidade os desencarnados menos adiantados percebem o corpo perispiritual de seus pares, captando-lhes o aspecto geral. Por afinidade vibratória, vêem os seres em sua mesma faixa de sintonia. Os Espíritos Superiores, no entanto, podem identificar os Espíritos de menor grau de elevação e pesquisar sua intimidade perispirítica.
CORPOREIDADE
O Perispírito resulta das projeções do Espírito, exercendo papel de modelo do corpo físico (MOB). Por esta propriedade, o Perispírito vai moldando o corpo físico, regendo o desenvolvimento embrionário e fetal e imprimindo às células e tecidos em formação as suas características.
TANGIBILIDADE
O Perispírito, com o devido suporte ectoplasmático, pode tornar-se materialmente tangível, no todo ou em parte. Esta característica depende da ação de médiuns encarnados doadores de fluido condensado, o ectoplasma.
SENSIBILIDADE GLOBAL
É a propriedade do Perispírito que popularmente se chama “os olhos da alma”.
César Lombroso estudou médiuns que apresentavam transposição de sentidos, isto é, capazes de perceber estímulos por vias físicas impróprias para isso. Observou casos em que uma pessoa lia com a orelha, outra, sentia odores com o queixo.
SENSIBILIDADE MAGNÉTICA
O Perispírito possui características eletro-magnéticas, como um campo de força. Assim, é sensível à ação magnética.
O Espírito é sensível às influências de energia ambiental que o envolvem (psicosfera) e é esta propriedade que lhe permite absorver, assimilar e transmitir a energia espiritual que capta ou recebe.
EXPANSIBILIDADE
O Perispírito pode expandir-se, ampliando o seu campo de sensibilidade e, também, de percepção.
A expansibilidade perispirítica é a base dos principais processos mediúnicos. Esta propriedade também é chamada emancipação da alma.
BICORPOREIDADE
O Perispírito pode apresentar bicorporeidade ou desdobramento. Trata-se da capacidade de atingir um estado de desprendimento do corpo físico, podendo, em certas situações, tornar-se visível ou tangível. Não restrito às lides medianímicas, verificando-se comumente o desdobramento noturno durante o sono do corpo físico.
“Por muito extraordinário que seja tal fenômeno, como todos os outros, se compreende na ordem dos fenômenos naturais, pois que decorre das propriedades do perispírito e de uma lei natural.” (Kardec. “Obras Póstumas”. 26ª ed., FEB, pp. 56-57)
UNICIDADE
A estrutura do Perispírito é única. Assim, não há perispíritos iguais, como, a rigor, inexistem almas idênticas.
Esta propriedade é indicadora da manutenção da individualidade do Espírito.
“A idéia do grande todo não implica, necessariamente, a da fusão dos seres em um só. Um soldado que volta ao seu regimento, entra em um todo coletivo, mas não deixa, por isso, de conservar sua individualidade.
O mesmo se dá com as almas que entram no mundo dos Espíritos, que para elas é, igualmente, um todo coletivo: o todo universal. É neste sentido que deve ser entendida esta expressão na linguagem de certos Espíritos.” (Kardec. “Iniciação Espírita”, 13ª ed., Sobradinho: EDICEL, 1995, p. 213)
PERENIDADE
O Perispírito acompanha o Espírito em sua marcha evolutiva, não perecendo junto com o corpo físico.
“A alma se encontra unida à substância perispirítica, que coisa nenhuma pode destruir...
Nem os milhões de graus de calor dos sóis ardentes, nem os frios do espaço infinito têm ação sobre esse corpo incorruptível e espiritual. Somente a vontade pode modificar, não, porém, mudando-lhe a substância, mas expurgando-a dos fluidos grosseiros de que se satura no começo de sua evolução.” (Gabriel Delanne, “A Alma é Imortal”, 6ª ed, Rio de Janeiro: FEB, 1990, p. 288)
MUTABILIDADE
O Perispírito, no decorrer do processo evolutivo, modifica-se em estrutura, forma e atmosfera fluídica.
-Estrutura e Forma: variam de acordo com o tipo hominal;
-Atmosfera fluídica: muda à medida que o Espírito evolui.
Há mundos em que os homens medem mais de 3m; noutros, nasce-se com guelras para facilitar a natação; em alguns, há o recurso de asas; todas estas características físicas encontram correspondência no intermediário perispiritual.
CAPACIDADE REFLETORA
O Perispírito reflete contínua e incessantemente os estados mentais do Espírito. Todo pensamento encontra imediata ressonância na estrutura perispiritual, gerando:
-uma imagem, que pode formar a chamada forma-pensamento;
-reflexos energéticos, de acordo com a carga emocional, irradiando impulsos que repercutem nos centros vitais, no sistemas nervoso, endócrino, sangüíneo, e nas células, influenciando em seu equilíbrio e desempenho. “Pensou, Vibrou, Plasmou.”
ODOR
O Perispírito pode apresentar odor particular.
Certos médiuns chegam a captar odores, agradáveis ou não, indicativo da evolução dos Espíritos presentes.
Na espiritualidade, há regiões infestadas de miasmas pestilentos, a exalarem odores tão fétidos que se tornam insuportáveis. Estes odores são exalados pelos perispíritos dos habitantes destas regiões. Espíritos superiores, entretanto, podem exalar aromas.
“Todas as criaturas vivem cercadas pelo halo vital das energias que lhes vibram no âmago do ser e esse halo é constituído por partículas de força a se irradiarem por todos os lados, impressionando-nos o olfato, de modo agradável ou desagradável, segundo a natureza do indivíduo que as irradia.
Assim sendo, qual ocorre na própria Terra, cada entidade aqui se caracteriza por exalação peculiar.” (Francisco Cândido Xavier, Médium, André Luiz, Espírito, “Ação e Reação”, Rio de Janeiro, Ed. FEB, 17ª.ed.,1996, c.5, p.64)
TEMPERATURA
O Perispírito pode apresentar, pelo menos em intercâmbios mediúnicos, temperatura própria.
Muitos médiuns registram uma espécie de gélido torpor, com a avizinhação de Espírito sofredor, ou, ao contrário, uma cálida sensação de bem-estar, quando da aproximação de um Espírito superior.
Bibliografia:
Gabriel Delanne, “A Alma é Imortal”, Rio de Janeiro: FEB, 6ª ed, 1990; Jacob Melo, “O Passe”, FEB; Zalmino Zimmermann, “Perispírito”, Campinas, ed. CEAK, 2ª ed.,2000; KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno; . Idem - A Gênese; Idem - O Livro dos Espíritos; Idem - O Livro dos Médiuns; Idem - Obras Póstumas; DENIS, Léon. Depois da Morte; Idem - No Invisíve; XAVIER, Francisco Cândido. Entre a Terra e o Céu. Pelo Espírito André Luiz; Idem - Pensamento e Vida. Pelo Espírito Emmanuel; Idem - Roteiro. Pelo Espírito Emmanuel; 21. ZIMMERMANN, Zalmino. Perispírito.