Classificação
Mediúnica
(Segundo a aptidão do médium)
Mediunidade em que se observam os fenômenos objetivos e, por isso,
perceptíveis pelos sentidos físicos.
Os médiuns de efeitos físicos, segundo Kardec, podem ser:
a) Facultativo - O que tem consciência da sua mediunidade e se
presta à produção dos fenômenos por ato de sua própria vontade;
b) Involuntário ou natural - Nenhuma consciência tem dessas
faculdades psíquicas, servindo muitas vezes, de instrumento dos fenômenos, a
seu mau grado. (Ref. 1, Cap. XIV).
O médium de efeitos físicos, durante a produção dos fenômenos, pode
permanecer em estado de transe, ou completamente desperto.
Os fenômenos de efeitos físicos mais comuns são:
a) Levitação
Quando pessoas ou objetos são erguidos no ar, sem interferência de
recursos materiais objetivos.
b) Transporte
Quando objetos são levantados e deslocados de uma parte para outra,
dentro do mesmo local ou trazidos de locais distantes.
c) Tiptologia
Comunicação dos Espíritos - valendo-se do alfabeto ou qualquer outro
sinal convencionado - por meio de movimento de objetos ou através de pancadas.
O Espírito responderá às perguntas formuladas, valendo-se de um código
estabelecido anteriormente.
Por exemplo:
- Uma
pancada significa sim; duas pancadas, não.
- Uma
pancada corresponde a letra A; duas pancadas correspondem à letra B, etc.;
- As
letras do alfabeto são dispostas sobre uma mesa e os Espíritos conduzem um
determinado objeto que, percorrendo as várias letras, forma palavras e frases
inteiras.
A tiptologia, portanto, pode ser obtida de maneira muito variada, a
critério dos responsáveis pela experiência.
É muita conhecida, nesse caso, a experiência com o copo.
d) Materialização
Manifestação dos Espíritos, através da criação de formas ou efeitos
físicos.A materialização se desdobra em nuances variadas - sinais luminosos
ligeiros ou intensos, ruídos, odores e a materialização propriamente dita,
desde apenas determinadas partes do corpo até a completa materialização da
entidade espiritual que se comunica.
Para a materialização, os Espíritos manipulam e conjugam três elementos
essenciais:
- Fluidos
inerentes à Espiritualidade;
- Fluidos
inerentes ao médium e demais participantes da reunião;
- Fluidos
retirados da natureza, especialmente da água e das plantas.
e) Voz direta ou Pneumatofonia
Comunicação oral do Espírito, diretamente, através de um aparelho vocal
fluídico, manipulado pela espiritualidade.Nesse caso, os presentes registram
apenas a voz dos Espíritos.
f) Escrita direta ou Pneumatografia
Comunicação dos Espíritos, através da escrita direta, isto é, sem
concurso físico do médium.
A mensagem é grafada pelos Espíritos e, para tanto, nem o próprio lápis
é indispensável.
g) Desdobramento (bicorporeidade)
Exteriorização do perispírito do médium que, afastado do corpo carnal -
ao qual se liga pelo cordão fluídico - se manifesta materializado em local
próximo ou distante.
O desdobramento pode assumir outras características, as quais,
necessariamente, não se enquadram na categoria de efeitos físicos.
Por exemplo: O Espírito do médium, afastado do corpo, pode se fazer
notar em outro local, através da vidência de um segundo médium.(Ref. 3, Cap.
XII.)
São aqueles cuja mediunidade se manifesta através de uma sensação física
experimentada pelo médium, à aproximação do espírito.Assim, o médium
impressionável, ainda que não ouça ou veja um Espírito, sente a sua presença
pelas reações em seu organismo.
Do teor dessas reações, pode o médium deduzir a condição do
Espírito:Rebelde, perseguidor, evoluído, dócil, etc.
Com o exercício, o médium chega a identificar, individualmente, os
Espíritos, à sua simples aproximação.(Ref. 1, Cap. XIV)
O médium audiente ouve vozes proferidas pelos Espíritos ou sons por eles
produzidos, bem como, sons da própria natureza, que escapam à percepção da
audição normal.
Por ser fenômeno de natureza psíquica, é fácil compreender-se que a
audição se verifica no órgão perispirítico do médium, por isso, independe de
sua audição física. (Ref. 3, Cap IX)
Faculdade mediante a qual o médium percebe, pela visão hiperfísica, os
Espíritos desencarnados ou não, bem como situações ou paisagens do plano
espiritual.Pode-se classificar em:
a) Vidência ambiente ou local
Quando o médium percebe o ambiente espiritual em que se encontra,
registrando fatos que ali mesmo se desdobram ou então, quadros, sinais e
símbolos projetados mentalmente por Espíritos com os quais esteja em sintonia.
b) Vidência no espaço
O médium vê cenas, sinais ou símbolos em pontos distantes do local em
que se encontra.
c) Vidência no tempo
O médium vê cenas, representando fatos a ocorrer (visão profética) ou
fatos passados em outros tempos (visão rememorativa).
d) Psicometria
Forma especial de vidência que se caracteriza pelo desenvolvimento, no
campo mediúnico, de uma série de visões de coisas passadas, desde que, posto em
presença do médium um objeto qualquer ligado àquelas cenas.Essa percepção se
verifica em vista de tais objetos se acharem impregnados de influências
pessoais dos seus possuidores ou dos locais onde se encontravam.
Os médiuns falantes ou psicofônicos transmitem, pela palavra falada, a
comunicação do Espírito.
É uma das formas de mediunidade mais comuns no intercâmbio mediúnico e é
freqüentemente denominada de “incorporação”.
O médium psicofônico pode ser:
a) Consciente
O Espírito comunicante transmite telepaticamente, às vezes de grandes
distâncias, as suas idéias ao médium, que as retrata aos encarnados com as suas
próprias expressões.
b) Semiconsciente
Estabelecida a sintonia, ou equilíbrio vibratório, o Espírito
comunicante, através do perispírito do médium, entra em contato com este,
passando a atuar sobre o campo da fala e outros centros motores do médium.
Não há afastamento acentuado do Espírito do médium e este não perde a
consciência ou conhecimento do que se passa.
Sujeita-se, espontaneamente, à influência do Espírito comunicante, mas o
controla devidamente, podendo reagir a qualquer momento a essa influência, pela
própria vontade.
O Espírito, apesar de não ter domínio completo sobre o médium, pode
expressar com mais fidelidade as suas idéias, do que no caso anterior.
Na psicofonia semiconsciente, o comunicante é a ação, mas o médium
personifica a vontade. (Ref. 3, Cap. XI)
c) Inconsciente
Também denominada psicofonia sonambúlica, se processa com o afastamento
do Espírito do médium de seu corpo.
O comunicante utiliza-se mais livremente dos implementos físicos do
medianeiro, pelo que a sua comunicação é mais fiel e isenta de “interpretações”
por parte do médium.É comum, nesse caso, observada a afinidade, o Espírito
retratar também, com maior ou menor nitidez, o tom de voz, as maneiras e até mesmo
o seu aspecto físico característico.
Se o comunicante é um Espírito de inteira confiança do médium, este se
afasta, tranqüilamente, cedendo-lhe o campo somático, como que entrega um
instrumento valioso às mãos de um artista emérito que o valoriza.
Quando, no entanto, o irmão que se manifesta se entrega à rebeldia ou
perversidade, o médium, embora afastado do corpo, age na condição de um
enfermeiro vigilante que cuida do doente necessitado.Esse controle é pacífico,
porque a mente superior subordina as que lhe situam à retaguarda nos domínios
do Espírito.
Quando se trata de uma entidade intelectualmente superior ao médium,
porém, degenerada ou perversa, a fiscalização corre por conta dos mentores
espirituais do trabalho mediúnico.
Se a psicofonia inconsciente ou sonambúlica se manifesta em um médium
desequilibrado - sem méritos morais - ou irresponsável, pode conduzi-lo à
subjugação (possessão), sempre nociva e que, por isso, apenas se evidencia
integral nos obsessos que renderam às forças vampirizantes.
No sonambulismo vemos duas ordens de fenômenos:
a) O sonâmbulo, propriamente dito, que age sob a influência de seu
próprio Espírito.
É a sua alma que, nos
momentos de emancipação, vê, ouve e percebe fora dos limites dos sentidos.
Suas idéias são, em
geral, mais justas do que no estado normal;; seus conhecimentos mais dilatados,
porque tem livre a alma.
b) O médium sonambúlico, ao contrário, é um instrumento passivo e o que
diz não vem de si mesmo.
Enquanto o sonâmbulo
exprime o seu próprio pensamento, o médium exprime o de outrem; confabula com
os Espíritos e nos transmite os seus pensamentos. (Ref. 1, Cap. XIV.)
Médium sonambúlico, portanto, é aquele que, em estado de transe, se
desprende do corpo e, nessa condição de “liberdade”, nos descreve o que vê, o
que sente e ouve no plano Espiritual.
Esta mediunidade é denominada por André Luiz como DESDOBRAMENTO e assim
é também classificada por diversos autores. (Ref. 2, Cap. XI.)
A mediunidade de cura é a capacidade que certos médiuns possuem de
provocar reações reparadoras de tecidos e órgãos de corpo humano, inclusive os
oriundos de influenciação Espiritual.
Nesse campo é muito difundida a prática de “passes” individuais ou
coletivos, existindo dois tipos, assim discriminados:
a) Passe ministrado com os recursos magnéticos do próprio médium;
b) Passe ministrado com recursos magnéticos hauridos, no momento, do
Plano Espiritual.
No primeiro caso, o médium transmite ao doente suas próprias energias
fluídicas, operando assim, um simples trabalho de magnetização.No segundo, com
a presença do médium servindo de polarizador, um Espírito desencarnado faz
sobre o doente a aplicação, canalizando para ele os fluidos reparadores. (Ref.
3, Caps. XII e XX).
Efeitos físicos - Também no campo de Efeitos Físicos, comumente,
encontramos médiuns que se dedicam às curas, realizando alguns, inclusive,
operações de natureza extrafísica, em doentes tidos como incuráveis, cujos
resultados benéficos são imediatos, contrariando, desse modo, todo o
prognóstico da ciência terrena.
Faculdade mediúnica, através da qual os Espíritos se comunicam pela
escrita manual.
Os médiuns psicógrafos se classificam em:
a) Médium mecânico
Quando o Espírito atua sobre os centro motores do médium, impulsionando
diretamente a sua mão.Esta se move sem interrupção e sem embargo do médium,
enquanto o Espírito tem alguma coisa que dizer.
Nesta circunstância, o que caracteriza o fenômeno é que o médium não tem
a menor consciência de que escreve.
b) Médium intuitivo
O Espírito não atua sobre a mão para fazê-la escrever; atua sobre o
Espírito do médium que, percebendo seu pensamento, transcreve-o no papel.
Nessa circunstância, não há inteira passividade; o médium recebe o
pensamento do Espírito e o transmite.Tendo, portanto, consciência do que
escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento.
A idéia nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e essa pode estar
mesmo fora dos limites dos conhecimentos e da capacidade do médium.
Enquanto o papel do médium mecânico é o de uma máquina o médium
intuitivo age como um intérprete.Para transmitir o pensamento, precisa
compreendê-lo, apropriar-se dele, para traduzi-lo fielmente.
c) Médium semimecânico
No médium mecânico o movimento da mão independe da vontade; no médium
intuitivo esse movimento é voluntário.O médium semimecânico participa dos dois
gêneros:Sente que à sua mão é dada uma impulsão, mas, ao mesmo tempo, tem
consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam.
Assim, no médium mecânico, o pensamento vem depois do ato da escrita; no
intuitivo o pensamento precede a escrita e no semimecânico o pensamento
acompanha a escrita. (Ref. 1, Cap. XV.)
Médiuns que, no estado de transe, possuem a capacidade de se exprimirem
em línguas estranhas às suas próprias, embora no estado normal não conheçam
estas línguas.
Essa mediunidade é denominada XENOGLOSSIA e tem causa no recolhimento de
valores intelectuais do passado, os quais repousam na subconsciência do
médium.Só pode ser o médium poliglota aquele que já conheceu, noutros tempos, o
idioma pelo qual se expressa durante o transe. (Ref. 4, Cap. XXXVIII.)
Os médiuns de pressentimentos ou proféticos são pessoas que, em dadas
circunstâncias, têm uma intuição vaga de coisas vulgares que ocorrerão ou,
permitindo-o a Espiritualidade, têm a revelação de coisas futuras de interesse
geral e são incumbidos de dá-las a conhecer aos homens, para sua instrução.
As profecias se circunscrevem às linhas mestras da evolução humana, pelo
que é fácil de ser entendida por nós o seu mecanismo, pois, quem já percorreu o
caminho, pode retornar atrás e alertar aos da retaguarda sobre seus percalços.
No que diz respeito ao campo individual, pode um Espírito falar a
respeito de determinadas provas programadas pela própria pessoa antes da
reencarnação.
Seja, no entanto, no plano geral ou no plano individual, as profecias
são sempre relativas, já que, detendo a criatura o “livre-arbítrio” poderá em
qualquer época, consoante a sua vontade, modificar as circunstâncias de sua
vida, imprimindo-lhe novos rumos e, portanto, alterar os prognósticos que
naturalmente se cumpririam se não fosse a sua deliberação.
Faculdade que permite ao homem receber, no seu íntimo, as inspirações e sugestões
da Espiritualidade.
Desenvolve-se por não ter caráter fenomênico, à medida que a criatura se
espiritualiza.
Para a intuição pura, portanto, todos nós caminhamos, constituindo a sua
conquista um patrimônio da criatura espiritualizada.
- (1)
“O Livro dos Médiuns”, Allan Kardec - 29ª Ed. - FEB
- (2)
“Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz - 2ª Ed. - FEB
- (3) “Mediunidade”,
Edgard Armond - 9ª Ed. - LAKE
- (4)
“Estudando a Mediunidade”, José Martins Peralva - 4ª Ed. - FEB
Fonte: http://www.autoresespiritasclassicos.com/Apostilas/Apostilas%20Gerais/Curso%20de%20Mediunidade%20(Uni%C3%A3o%20Esp%C3%ADrita%20Mineira).pdf
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