sábado, 23 de setembro de 2017

Transfiguração, bilocação e bicorporeidade

1.Transfiguração O primeiro a tratar dos fenômenos de "transfiguração" foi Allan Kardec, no "Livro dos 

Médiuns" (cap. VI, n° 122). Kardec explica que transfiguração "consiste na mudança do aspecto de um corpo vivo". Estas mudanças podem ser mais ou menos completas, segundo o estudo de casos feito por Ernesto Bozzano, publicado no livro "Phenomenos de Transfiguração", cuja tradução foi publicada no Brasil em 1940. As modificações na aparência do corpo físico do médium podem: 

• alterar traços físionômicos; 
• alterar a voz; 
• alterar o peso; 
• alterar a altura; 
• esconder partes do corpo. 

2. A transfiguração nada mais é que uma fase inicial da materialização Ernesto Bozzano dedicou uma vasta pesquisa no estudo sobre esta mediunidade de efeitos físicos (Transfiguração) através da coleta de casos ocorridos com determinados médiuns em diversos países da América e da Europa. A transfiguração consiste na mudança do aspecto do corpo do médium, o que significa imprimir em sua matéria semelhanças de fisionomia, expressão, olhar e até mesmo timbre de voz, que varia de acordo com o grau moral do espírito e também do médium. 

“Na Transfiguração de Jesus, pureza do perispírito de Jesus permitiu que seu Espírito lhe desse excepcional fulgor”.‖ KARDEC, Allan. A gênese. Cap. 15, item 44 

3. “E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés e um para Elias (Mt17:3-4). – A percepção da presença de Moisés e de Elias, por parte dos apóstolos, pode ser catalogada como vidência mediúnica ou como materialização espiritual, que independe da faculdade de ver Espíritos. O fenômeno foi, entretanto, muito nítido, a ponto de Pedro pedir ao Senhor para construir um tabernáculo ou tenda, citada em outras versões. Fala, pois, mais a favor de uma materialização dos dois emissários do povo hebreu. 

4. “E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o. E os discípulos, ouvindo isso, caíram sobre seu rosto e tiveram grande medo. E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes e disse: Levantai-vos e não tenhais medo. E, erguendo eles os olhos, ninguém viram, senão a Jesus. E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão até que o Filho do Homem seja ressuscitado dos mortos” (Mt17:5-9). – Mais um efeito físico acontece no alto do monte, onde se encontravam reunidos Jesus, três apóstolos e dois Espíritos desencarnados: o fenômeno de voz direta, vinda do interior de uma nuvem luminosa, também materializada. ―A voz que ouviram era um hino de glória, que os Espíritos superiores entoavam em louvor do Mestre.‖ RIGONATTI, Eliseu. O evangelho dos humildes. Cap. 17. 

5. Impressionantes fenômenos de transfiguração Quem narra este caso é o Dr. Ellis Powell, personalidade bastante conhecida no campo das investigações metapsíquicas. Escreve ele: "Há algumas semanas achava-me em Preston, e tive ocasião de entrar em relação com a personalidade mediúnica do "doutor Bancroft", a qual se manifesta por intermédio do médium H. B. Tyler, de Preston, e a forma por que se manifesta é o "transe" do médium, com transfiguração completa do rosto. O doutor Bancroft informou ter sido médico de grande clientela e falecido no ano de 1837. Forneceu detalhes sobre sua própria carreira terrena, os quais foram reconhecidos verdadeiros, compulsando-se publicações médicas do período indicado. Havia quatro pessoas presentes além do médium: minha mulher, minha irmã, minha mãe e eu. Não se fizeram preparativos especiais. Sentamo-nos em semicírculo em torno do médium, sem abaixar as persianas, de modo que o sol dardejava no quarto. 

6. Depois de cerca de dez minutos de uma conversação de ordem geral, o médium deu sinais de passar ao estado de "transe" e com isto assistimos a um fenômeno extraordinário: no espaço de três ou quatro minutos seu rosto se transformou a tal ponto que, se não houvesse assistido por inteiro ao processo de transfiguração, observando-a de perto e em plena luz, não o teria mais reconhecido pelo mesmo indivíduo. Ocorrido isto, o doutor Bancroft beijou as mãos das três senhoras com educada cortesia do século décimo oitavo, e logo depois iniciou o seu trabalho de médico consultado. Tive o cuidado de nada dizer acerca dos sintomas de minha moléstia e da sua presumida natureza, pois que ele próprio descreveria tudo, e com isso me poria em situação de poder julgar se estava ou não plenamente informado a respeito. Tomou-me uma das mãos por alguns instantes, e logo começou a descrever, de modo exatíssimo, extraordinário, os sintomas do meu mal, que me mantinham sob viva preocupação. Depois me dirigiu perguntas, as quais subentendiam conhecimento a meu respeito que ninguém no mundo podia saber. Em seguida, assegurou- me que em mim não existiam moléstias orgânicas, mas que se tratava de uma desordem funcional acentuada, que descreveu em termos de fisiologia. Depois ditou as prescrições. Tal consulta de além-túmulo não foi só grandemente benéfica a minha saúde, mas revelou- se extremamente interessante como exemplo magnífico da capacidade de um "espírito- curador" para diagnosticar e descrever não só o significado preciso dos sintomas de um mal, mas as causas originárias dos próprios sintomas, sem a mínima indicação da parte do consulente...“ Phenomenos de Transfiguração", cuja tradução foi publicada no Brasil em 1940. Ernesto Bozzano. 

7. Licantropia: Licantropia é uma palavra que têm origem num vocábulo grego composto de Lykos (lobo) e tropos (forma). Significa, segundo a crença popular, a transformação de um homem num lobo ou a metamorfose, de que determinados seres humanos se transformavam em lobisomem. Para a ciência ainda não é possível o reconhecimento dessa metamorfose, fisicamente falando. Já para o espiritismo essa mudança ocorre no perispírito.Perispírito : (peri+espírito) Envoltório semi-material correspondente ao corpo astral, intermediário entre o corpo e o espírito, não destrutível pela morte . 

8. Para que se entenda melhor : O homem é um Espírito encarnado, o laço que une a alma e corpo é o perispírito e por fim vem seu corpo material. É no perispírito que as impressões da vida desregrada dos homens ficam marcadas, refletindo aquilo que o Espírito é ou foi. Por isso vemos as pessoas que desencarnaram tal como quando ainda estavam vivas. O que pode ocorrer porém, é a deturpação do perispírito pelo desequilíbrio do ser, normalmente causados pela auto-obsessão ou mesmo por obsessores. Possessão. Diz-nos André Luiz que o Perispírito não retrograda, mas sim se degrada, ou seja, distorce de tamanha forma seus pensamentos que marca, ou registra no perispírito, todo mal que sente. Psiquiatras dizem que normalmente, os licantropos apresentam polifagia – desejo demasiado por alimentos – além de comportamentos esquizofrênicos. Alguns estudos relatam que o sangue pode ter cor amarelada, a pele toma um tom esverdeado e crescem dentes pontiagudos. Uma doença conhecida como Hipertricose, muitas vezes confundida com a licantropia, nada tem a ver com o caso. Essa doença causa o crescimento desordenado e exagerado de pelos no corpo do doente devido há um problema genético. Mas, espiritualmente falando, a degradação ocorre no perispírito, como foi dito anteriormente, pela obsessão, possessão ou subjugação, que acaba por deformá-lo. A Doutrina Espírita vem por assim dizer, desmistificar o mito dos lobisomens e mostrar que, o que foi visto por muitos, é a mudança do corpo perispiritual do homem para a forma animal. Muitos são os videntes desse mundo, a vidência não é obra do espiritismo, já existia antes mesmo de sua codificação e o espírito, mesmo que transformado em animal, desde que queira ser visto, o será. 

9. Esses espíritos desencarnados e animalescos, aproximam-se dos encarnados (desde que o encarnado de vazão aos maus pensamentos) causando a obsessão. A vítima, ligada aos obsessores ficará aprisionada por eles afastando-se de Deus. Semelhante a hipnose, recebem os obsediados (vítimas) em seu campo mental, todas as vibrações negativas dos obsessores, que será refletida em seu perispírito, modificando assim a sua forma humana. Muitos casos já relatados na primeira parte deste artigo, mostraram pessoas encarnadas em estado animalesco, bem como a vidência de espíritos já desencarnados, na mesma forma animal. Muitos são os espíritos que vivem na erraticidade (desencarnados) que devido a fragilidade de seus pensamentos, erram e passam a perturbar-se, mergulhando no arrependimento e na culpa, incapazes de se perdoarem. Os motivos para essas obsessões(possessões) normalmente são a vingança e o ódio, mantido de pelo algoz para com a vítima, com ou sem ligações com vidas pretéritas, mas muitas outras coisas podem agravar essa situação. O uso de drogas por exemplo. São contudo, raros os casos de Licantropia desde que o homem, ao poucos, vem reavivando a visão sublime do amor de Deus. Hermínio Miranda, no livro Diálogo com as sombras, relata um caso de zoantropia em que um espírito, recebe como que por hipnose no campo mental, a sugestão da metamorfose, essa sugestão modifica seu corpo perispiritual, fazendo-o parecer-se com um animal. Para saber mais leia: Nas Fronteiras da Loucura – Manoel Philomeno Nos Domínios da Mediunidade e Libertação - André Luiz. 

10. CONCEITO DE ZOANTROPIA , LICANTROPIA, CINANTROPIA - A palavra Zoantropia tem origem do latim (zoo= animal e anthropos= homem) e é o fenômeno em que espíritos desencarnados devotados ao mal se tornam visíveis aos homens sob formas de animais, demonstrando assim sua degradação tanto moral, quanto espiritual. Esse processo de transformação também pode se dar através de uma metamorfose perispirítica, processada através de uma indução hipnótica, em que o desencarnado inferiorizado em suas culpas, ganha a forma animalesca. Uma das espécies de Zoantropia é a Licantropia e a Cinantropia que serão tratadas abaixo. Licantropia tem origem do vocábulo grego lykanthropía composto por Lykos (lobo) e tropos (forma), o que significa de acordo com o livro Estudando a Mediunidade de Martins Peralva “é o fenômeno pelo qual espíritos, pervertidos no crime, atuam sobre antigos comparsas, encarnados ou desencarnados, fazendo-os assumir atitudes idênticas às de certos animais.” No caso da licantropia o animal seria um lobo e a pessoa que sofre esse processo é chamada de Licantropo, que é uma palavra que tem origem do vocábulo grego lykaánthropos que significa: “ 1. Alienado que sofre de licantropia.. 2. Por extensão, Lobisomen.” É um caso de fascinação em que uma ilusão é produzida pela ação do Espírito sobre o pensamento do médium fazendo o acreditar em coisas absurdas e colocando-o em situações constrangedoras. De acordo com o artigo da Revista Cristã de Espiritismo, n° 35, onde o autor aborda a questão da Zoantropia, ele afirma que se trata de um caso de Subjugação, que de acordo com o Livro dos Médiuns (Capítulo XXIII) se trata de “uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado” o que não deixa de ser parecido com a fascinação. A licantropia pode ser agressiva ou deformante. No primeiro caso, a licantropia se expressa através da violência, da alucinação e pode chegar ao crime. Já o segundo é um caso extremo onde a pessoa imita os costumes, atitudes e posições de vários animais. 

11. A cinantropia é uma espécie da zoantropia onde o fenômeno em questão é igual a da Licantropia, mas o animal em que a pessoa se transforma é semelhante a um cachorro. Não constam muitos dados na literatura sobre o assunto.


Bilocação

1. Diferença entre Bilocação e Bicorporeidade: Allan Kardec, em “O Livro dos Médiuns” trata do assunto, detendo-se na bicorporeidade, não se refere à bilocação por dar a entender que se trata do mesmo fenômeno visto de outro ângulo. 

Bilocação: Estar em dois lugares diversos ao mesmo tempo. 
Bicorporeidade: Aparecer com dois corpos em dois lugares distantes. 

O perispírito por sua organização de flexibilidade , expansibilidade, tangibilidade, penetrabilidade, aparição e emacipação da alma fornece inúmeras condições de ação ao Espírito, mesmo quando encarnado, sendo o propulsor de toda e qualquer ação é o Espírito. Para que essas propriedades se tornem evidentes, necessário se atender às leis dos fluidos, no que tange as suas condições de afinidade, quantidade necessária e qualidade dos fluidos; além do conhecimento e a elevação moral do Espírito que manuseia tais fluidos. 

2. Bicorporeidade: É o fenômeno pelo qual um indivíduo, vivo, pode manter sua presença de forma tangível em dois lugares diferentes, ao mesmo tempo. O fenômeno ocorre com a materialização de seu Perispírito exteriorizado, mantendo uma forma tangível aparente, enquanto o corpo carnal permanece em outro local, em estado anormal, isto é, em transe, ainda que simples. Findo o fenômeno, o Espírito retoma seu corpo adormecido e desperta normalmente. 

A bicorporeidade, como o próprio nome o conceitua, não admite uma terceira presença, porque os encarnados possuem dois corpos, o físico e o espiritual, mantendo-se cada um, face às circunstâncias, com as seguintes características: Corpo Físico - presença real - com a vida orgânica; Corpo Espiritual- presença aparente - com a vida do Espírito. Sendo o Espírito indivisível (LE, perg. 92), somente um corpo pode ter vida ativa e inteligente, e é o corpo carnal. Kardec menciona não conhecer exemplo em que os dois corpos gozassem, ao mesmo tempo e no mesmo grau, de uma vida ativa e inteligente, pois o que anima a matéria é o Espírito, e este é indivisível. 

3. Não Há Perigo De Morte Na Bicorporeidade No fenômeno da bicorporeidade não há perigo de morte para o homem, porquanto seu Espírito, ao afastar-se, lê pensamentos e prevê situações que podem acontecer, dado que fica ligado ao corpo físico pelo cordão fluídico que mantém o controle de comunicação da mente para o corpo, e do corpo para a mente. Se algo acontecer ao corpo físico, o Espírito pode voltar imediatamente. Pode-se dizer, ainda, que o corpo aparente, embora materializado, é um corpo fluídico e não-orgânico, não podendo ser morto. Epes Sargent, em seu livro "Bases Científicas do Espiritismo", cap. VI, mostra a ocorrência de materialização de uma mão, que sofre o atentado a faca, sem consequências maiores para o médium, salvo a sensação dolorosa que durou por algumas horas, além da desagradável sensação da penetração da lâmina em seus músculos, nos tendões. 

4. Casos de Bicorporeidade e Bilocação 

Eurípedes Barsanulfo: Notável médium que viveu em Sacramento – MG, dotado de moral irrepreensível, por várias vezes se fez notar no fenômeno da bicorporeidade. Encontramos alguns relatos bastante interessantes, principalmente por terem sido presenciados por testemunhos nem sempre afeitos à Doutrina dos Espíritos. Eurípedes era professor, sendo o fundador do Colégio Allan Kardec em Sacramento (o primeiro colégio espírita em todo o mundo). Era médium dotado de variados tipos de mediunidade, destacando-se a mediunidade de cura e o receituário mediúnico. Muitas vezes entrava em transe durante uma aula e se prestava a socorrer necessitados através da bicorporeidade; certa vez, após um transe, dirige-se aos alunos e diz: - Prestem atenção. Acabo de fazer um parto difícil, numa residência atrás da Igreja do Rosário. O marido não sabe que a criança já nasceu e está a caminho daqui, para solicitar ajuda. Quando ele entrar na sala os senhores devem ficar de pé para o cumprimentarem. E o homem entrou logo em seguida, muito aflito, de roupa de montaria e chapéu, pedindo a Eurípedes que fosse até a sua residência, com urgência fazer o parto pois sua mulher estava muito mal e a parteira não estava conseguindo resolver o caso. - Acalme-se, respondeu o médium sorrindo, já fiz o parto há 5 minutos atrás... - Não é possível disse o homem, há 5 minutos eu o teria visto no caminho. - O senhor não me viu porque eu fui em Espírito, mas eu vi o senhor, respondeu Eurípedes, e pode voltar para sua casa sossegado, a menina que nasceu é linda e forte. O homem porém duvidou e só saiu dali com Eurípedes junto. Chegando a casa se deparou com a esposa que segurava no leito a filhinha. A parturiente ao ver o médium exclamou: - O senhor não precisava vir de novo seu Eurípedes, eu e o bebê estamos passando muito bem! Em várias outras ocasiões este médium pôde ser visto simultaneamente em dois lugares. 

SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA: Estando Antônio em Pádua, teve uma visão. (...) Na sua cidade natal, Lisboa, viviam ainda os seus parentes: o pai, a mãe, os irmãos e as irmãs, que se encontravam implicados num caso de homicídio cometido por outros. Havia naquela cidade dois indivíduos que se odiavam mortalmente. Um deles, encontrando-se certa noite com o filho do rival, decidiu vingar-se nele e, favorecido pela escuridão, surpreendeu-o, arrastou-o à sua própria casa e ali trucidou-o barbaramente. Depois sepultou o corpo no jardim da casa dos parentes de Antônio. (...) Sabendo que o jovem fora, naquela noite, visto nas propriedades do palácio de Martinho, deram busca pelos arredores e pela propriedade toda. Guiando-se pela terra removida de fresco, chegaram ao cadáver cheio de ferimentos. Bastou esse indício para que as suspeitas do homicídio caíssem sobre Martinho, que foi preso com toda a família, segundo o costume da época. Aproxima-se o dia da sentença, que teria sido uma sentença de condenação, se Antônio não tivesse vindo em auxílio dos seus. Certa noite, ele pediu licença ao superior para sair do convento, e se pôs a caminho de Lisboa. Lá chegou prodigiosamente na manhã seguinte quando não seriam suficientes três meses para percorrer a distância entre Pádua e Lisboa. Chegando à sua terra natal, apresentou-se ao tribunal para pedir a liberdade de sua família. Como era natural, não foi atendido, visto serem por demais graves os indícios acumulados contra ela. Antônio pediu, então, que lhe trouxessem o cadáver da vítima. Ao vê-lo, ordenou-lhe, em nome de Cristo, que voltasse momentaneamente à vida para indicar o seu assassino. O corpo animou-se, confessou abertamente que nenhum membro da família de Antônio era culpado da sua morte e depois caiu novamente no seu sono de morte. A novidade do milagre e a solene declaração de tal testemunha foram suficientes para libertar a família de Antônio, com a qual ele passou aquele dia. Despediu-se ao cair da noite e, no dia seguinte encontrava-se novamente no seu convento em Pádua. 

SANTO AFONSO DE LIGUORI: Em Arienzo, na manhã de 21 de setembro de 1774 depois de haver celebrado missa, atirou- se num sofá, entrou em transe profundo, desdobrou-se e materializou-se onde se encontrava o Papa Clemente XIV e assiste ao seu desencarne. Em 22 de setembro, às 7 horas da manhã, no momento mesmo em que Afonso recuperava os sentidos, chegou a notícia da morte do Papa em Roma. 

SÃO FRANCISCO DE ASSIS: Um ex-leproso não é aceito em sua casa. Ora e pede socorro a Frei Francisco. Nesse instante, Francisco balbucia uma breve oração e entra em transe profundo. Os frades estavam se familiarizando com esses momentos da vida do Apóstolo e entraram em profunda concentração. Francisco desdobra-se, vai àquela casa e se materializa a todos os que ali se encontram causando grande admiração porque era noite e a casa era distante de onde moravam os frades. - Mulher, porque relutas em receber de volta teu marido?... - Frei Francisco! exclamou a mulher, tuas palavras são como ordens de Deus! Abraça o marido e lhe pede perdão. A seguir, encaminha-se para Francisco e, quando tenta abraça-lo, ele não está mais na sala. 

Frei Galvão: Franciscano Antonio de Sant’Anna Galvão, nasceu em Guaratinguetá, São Paulo, em 1739 e morreu aos 84 anos, no Mosteiro da Luz. Aparecia em dois lugares ao mesmo tempo, levitava e tinha premonições. Em 1810, frei Galvão apareceu para um capataz que fora apunhalado por um escravo. Mas, nesse mesmo tempo, o frei interrompeu uma missa para que todos orassem por um cristão que agonizava longe dali. 


5. Conclusão O desdobramento corresponde ao estado de emancipação completa da alma. O espírito encarnado, revestido dos seus envoltórios, projeta-se para o exterior do corpo somático, do qual se separa formando uma cópia ou duplo. Porém, o desdobramento ou projeção da consciência contribui sobremaneira, para que o homem se conscientize da realidade do Plano espiritual e se veja como um ser imortal, filho de Deus que é Amor, um cidadão do Universo, em busca da perfeição, iluminado pelas estrelas incomensuráveis do Pai.

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