sábado, 30 de junho de 2018

Identidade dos Espíritos


Em O Livro dos Médiuns, capítulo XXIV, a identidade dos Espíritos comunicantes é detalhadamente analisada por Allan Kardec em 14 itens e 54 respostas, transmitidas pelos Espíritos orientadores da Codificação Espírita.Muitas mistificações e dúvidas a respeito do assunto poderiam ser evitadas se os espíritas, sobretudo os médiuns, estudassem com mais afinco as considerações que constam do capítulo, mesmo que o Codificador tenha dito: “A questão da identidade dos Espíritos é uma das mais controvertidas, mesmo entre os adeptos do Espiritismo”.1 É exatamente por isso que deve merecer maiores cuidados e ponderações pelo espírita esclarecido:


[...] De fato, os Espíritos não nos trazem uma carteira de identidade e sabe-se com que facilidade alguns dentre eles tomam nomes que nunca lhes pertenceram. Justamente por isso, esta questão de identidade é, depois da obsessão, uma das maiores dificuldades que apresenta o Espiritismo prático. Todavia, em muitos casos, a identidade absoluta não passa de questão secundária e sem importância real.1

Seguindo a ordenação dos conteúdos desenvolvidos no capítulo, percebemos que dois pontos devem ser discriminados, como o fazemos em seguida.

1. Provas possíveis de identidade

De forma abrangente, “julgam- se os Espíritos, como os homens, pela sua linguagem. Se um Espírito se apresenta com o nome de Fénelon, por exemplo, e diz trivialidades e puerilidades, está claro que não pode ser ele”.2 Outras provas podem ser incluídas na identificação do comunicante:

[...] a semelhança da caligrafia e da assinatura. Mas, além de nem todos os médiuns serem capazes de obter esse resultado, ele não representa, invariavelmente uma garantia suficiente. Há [também] falsários no mundo dos Espíritos [...].3

A identificação de Espíritos “é muito mais fácil de ser comprovada quando se trata de Espíritos contemporâneos, cujos hábitos e características são conhecidos, porque são justamente esses hábitos, de que ainda não tiveram tempo de abandonar, que nos permitem reconhecê-los, constituindo isso um dos sinais mais seguros de identidade”.4

Enquanto se recusam a responder a perguntas pueris e extravagantes, que qualquer pessoa teria escrúpulos em lhes dirigir, se fossem vivos [encarnados], os Espíritos, por outro lado, não se negam a dar espontaneamente provas irrecusáveis de sua identidade, por seus caracteres, que se revelam na linguagem de que usam, pelo emprego de palavras que lhes eram familiares, pela citação de certos fatos, de particularidades de suas vidas, às vezes desconhecidas dos assistentes e cuja exatidão se pode verificar. As provas de identidade se destacam, além disso, de um sem-número

de circunstâncias imprevistas, que nem sempre se apresentam na primeira ocasião, mas que surgem com a continuação das manifestações.Convém, pois, esperá-las, sem as provocar, observando-se cuidadosamente todas as que possam resultar da natureza das comunicações.5

Situação diversa ocorre com a identificação de Espíritos que viveram em outras épocas, principalmente os que carecem de referências biográficas:

A identidade dos Espíritos das personagens antigas é a mais difícil de se conseguir, tornando-se muitas vezes impossível mesmo, de modo que ficamos

limitados a uma apreciação puramente moral.[...].6

2. Distinção entre os Espíritos bons e os maus 

A identidade dos Espíritos pode se revelar, contudo, como aspecto secundário. Por exemplo, quando nos são transmitidas “instruções gerais, pois os melhores Espíritos podem substituir-se mutuamente, sem maiores consequências”.7

[...]Os Espíritos superiores formam, por assim dizer, um todo coletivo, cujas individualidades nos são, com raras exceções, completamente desconhecidas. O que nos interessa não é a pessoa deles, mas o ensino que nos proporcionam.

Ora, se o ensino é bom, pouco importa que aquele que o deu se chame Pedro, ou Paulo. Devemos julgá-lo pela sua qualidade e não pelas suas insígnias. [...]7

Importa considerar também que,

à medida que os Espíritos se purificam e se elevam na hierarquia, as características distintivas de suas personalidades se apagam, de certo modo, na uniformidade da perfeição; nem por isso, entretanto, deixam de conservar as suas individualidades.8

Tais condições nos fazem ver quanto é importante saber distinguir os bons Espíritos dos que ainda assinalam atraso espiritual.

[...] Os Espíritos realmente superiores não apenas só dizem coisas boas, como também as dizem em termos que excluem, de modo absoluto, qualquer trivialidade. Por melhores que sejam essas coisas, se forem manchadas por uma única expressão que denote baixeza, isto constitui um sinal indubitável de inferioridade, principalmente se o conjunto da comunicação chocar as conveniências pela sua grosseria. A linguagem revela sempre a sua origem, seja pelos pensamentos que traduz, seja pela forma, de modo que se um Espírito quiser iludir-nos sobre a sua pretensa superioridade, bastará conversarmos algum tempo com ele para a apreciarmos.9

Há mais: “A bondade e a benevolência são atributos essenciais dos Espíritos depurados”.10 Não revelam mágoas nem ódio; são solidários e gentis; lamentam as fraquezas humanas; só querem o bem e só dizem coisas boas, instrutivas. 10 Por outro lado, é preciso cautela na análise de mensagens

provenientes de Espíritos que demonstram possuir grandes conhecimentos:

A inteligência está longe de constituir um sinal seguro de superioridade, porque a inteligência e a moral nem sempre andam juntas. Um Espírito pode ser bom, afável, e ter conhecimentos limitados, ao passo que outro, inteligente e instruído, pode ser inferior em moralidade.11

Os itens 267 e 268, capítulo XXIV, de O Livro dos Médiuns, complementam este estudo, pois trazem uma síntese dos meios para reconhecer as qualidades e a natureza dos Espíritos comunicantes. Sugerimos a leitura atenta. Todavia, destacamos que é preciso ter muito cuidado quanto às informações e teorias transmitidas por Espíritos de pouca ou de mediana evolução que, a despeito de não serem maus, necessariamente, ainda não possuem as qualidades dos bons Espíritos: as suas ideias devem ser consideradas, então, mera opinião, jamais verdade absoluta, como esclarece São Luís, prudentemente:

Qualquer que seja a confiança legítima que vos inspirem os Espíritos que presidem aos vossos trabalhos, há uma recomendação que nunca seria demais repetir e que deveríeis ter presente sempre na vossa lembrança, quando vos entregais aos vossos estudos: é a de pesar, meditar e submeter ao controle da razão mais severa todas as comunicações que receberdes; é a de não deixardes de pedir as explicações necessárias, a fim de que possais formar uma opinião segura, toda vez que um ponto vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro.12


Referências

1 - KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 24, it. 255, p. 411.

2______. ______. It. 255, p. 412.
3______. ______. It. 260, p. 417.
4______. ______. It. 257, p.414-415.
5______. ______. It. 258, p.415-416.
6______. ______. It. 255, p. 411-412.
7______. ______. It. 256, p. 414.
8______. ______. p. 412.
9______. ______. It. 263, p. 419-420.
10______. ______. It. 264, p. 420.
11______. ______. It. 265, p. 420.
12______. ______. It. 266, p. 421-422


Fonte:https://marcoaureliorocha5.blogspot.com/2011/08/identidade-dos-espiritos.html


Natureza e identidade dos Espíritos

“A melhor de todas as provas de identidade dos Espíritos está na linguagem e nas circunstâncias fortuitas” (Allan Kardec). (1)

Disse Jesus que uma árvore se deixa conhecer pelos seus frutos, não podendo uma árvore má dar bons frutos nem uma árvore boa dar maus frutos...

“discípulo amado” recomendou – explicitamente – que não podemos jamais descurar de “experimentar se os Espíritos são de Deus”, numa clara alusão ao cuidado que devemos ter quando caminhamos portas adentro do Espiritismo prático. Nessa delicada e especialíssima área, a mistificação, o engodo e os alçapões armados pelos inimigos da luz são terríveis, porém, evitáveis escolhos.

Aprendemos com o Mestre Lionês que: (2)

“se a fidelidade absoluta dos Espíritos é, em muitos casos, uma questão acessória e sem importância, o mesmo já não se dá com a distinção a ser feita entre bons e maus Espíritos. Pode ser-nos indiferente a individualidade deles;suas qualidades, nunca.  

Já dissemos que os Espíritos devem ser julgados, como os homens, pela linguagem de que se utilizam. Suponhamos que um homem receba vinte cartas de pessoas que lhe são desconhecidas. Pelo estilo, pelas idéias, por uma imensidade de indícios, enfim, verificará se aquelas pessoas são instruídas ou ignorantes, polidas ou mal-educadas, superficiais, profundas, frívolas, orgulhosas, levianas, sentimentais etc. Assim, também, com os Espíritos. Devemos considerá-los correspondentes que nunca vimos e procurar conhecer o que pensaríamos do saber e do caráter de um homem que dissesse ou escrevesse tais coisas.

Pode estabelecer-se como regra invariável e sem exceção que: a linguagem dos Espíritos está sempre em relação com o grau de elevação a que já tenham chegado. Os Espíritos realmente superiores não só dizem unicamente coisas boas, como também as dizem em termos isentos, de modo absoluto, de toda trivialidade. (...) Mesmo entre os adeptos do Espiritismo, a questão da identidade dos Espíritos é uma das mais controvertidas. Os Espíritos não têm “R.G.” ou “C.P.F.” e sabe-se com que facilidade alguns dentre eles tomaram nomes que não lhes pertenciam. Esta, por isso mesmo, é, depois da obsessão, uma das maiores dificuldades do Espiritismo prático. Há uma distinção que importa fazer: à medida que os Espíritos se purificam e se elevam na hierarquia, os caracteres distintivos de suas personalidades se apagam, de certo modo, na uniformidade da perfeição; nem por isso, entretanto, conservam eles menos suas individualidades. Nesse passo, os nomes que tiveram na Terra, em suas inumeráveis reencarnações, passam a ser coisa de absoluta insignificância. Dado, porém, que de nomes precisamos para fixarmos as nossas idéias, podem eles tomarem o de uma personagem conhecida, cuja natureza mais identificada seja com a deles. É assim que os nossos Amigos Espirituais se dão, às vezes, a se conhecer pelos nomes que nos são familiares, e geralmente pelo daquele que nos inspire mais simpatia. Segue-se daí que se um Espírito se dá a conhecer pelo nome de S. Pedro, por exemplo, na verdade, nenhuma garantia podemos ter que realmente trata-se desse Santo. Tanto pode ser ele, como um Espírito inteiramente desconhecido, mas pertencente à família dos Espíritos de que faz parte S. Pedro; e, assim, estar autorizado a falar em seu nome.

Agora, o caso muda, completamente, de figura, quando um Espírito de ordem inferior se adorna com um nome respeitável, para que suas palavras mereçam crédito e este caso é de tal modo frequente que toda precaução não será demasiada contra semelhantes substituições. Graças a esses nomes de empréstimo, e sobretudo com o auxílio da fascinação, que alguns Espíritos sistemáticos, mais orgulhosos do que sábios, procuram tornar aceitas as mais ridículas idéias.

A questão da identidade é, como dissemos, quase indiferente quando se trata de instruções gerais, uma vez que os melhores Espíritos podem substituir-se mutuamente, sem maiores consequências. Ora, desde que o ensino seja bom, pouco importa que aquele que o deu se chame Pedro ou Paulo. O julgamento deve sempre ter por base a qualidade e não as insígnias do Espírito.

Para que nosso trânsito pelo Espiritismo prático não se torne mera aventura de consequências imprevisíveis, faz-se mister conscientizarmo-nos da seriedade desse assunto, e, por assim considerá-lo, Allan Kardec desenvolveu em cinquenta e sete parágrafos, no capítulo vinte e quatro, de “O Livro dos Médiuns”, itens 267 e 268, importantíssimas questões que, ignoradas, certamente nos envolverão em verdadeiros e caudalosos desastres no mister mediúnico.

Finalizemos com uma importante observação de São Luís (3):
“Qualquer que seja a confiança legítima que vos inspirem os Espíritos que presidem aos vossos trabalhos, uma recomendação há que nunca será demais repetir e que deveríeis ter presente sempre na vossa lembrança, quando vos entregais aos vossos estudos: é a de meditar, é a de submeter ao cadinho da razão mais severa todas as comunicações que receberdes; é a de não deixardes de pedir explicações necessárias a formardes opinião segura, desde que um ponto vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro”.

Referências:
(1) Kardec, A. in O Livro dos Médiuns. Capítulo XXIV, item 260.
(2) Kardec, A. in O Livro dos Médiuns. Capítulo XXIV, itens 255, 256, 262 e 263.
(3) Kardec, A. in O Livro dos Médiuns. Capítulo XXIV, item 266.



Possibilidades de Identificação

De acordo com o Livro dos Médiuns de Allan Kardec – Cap. XXIV, a identificação dos Espíritos é uma das grandes dificuldades do Espiritismo, uma vez que entre eles encontramos todos os defeitos da humanidade, incluindo-se a astúcia e a mentira, que utilizam ao se apresentarem sob nomes respeitáveis para inspirarem maior confiabilidade. Esta a razão porque não podemos acreditar na autenticidade de todas as assinaturas

A identidade dos Espíritos é, com freqüência impossível de se comprovar, especialmente quando se trata de Espíritos antigos em relação a nós. 

Quanto aos Espíritos superiores e os Espíritos puros seus caracteres distintivos se apagam gradativamente na uniformidade da perfeição, podendo estes; para fixar nossas idéias, apresentam-se com o nome de um Espírito conhecido que pertença à mesma categoria evolutiva.

Nesse caso, a questão da identidade passa a ser secundaria, pois o que importa é a natureza do ensinamento, se é bom ou mau, digno ou não do personagem do qual leva o nome. 

A identidade é mais fácil de se constatar, quando se trata de Espíritos contemporâneos dos quais se conhece os hábitos e o caráter. O Espíritos revela sua identidade por uma serie de circunstancias que ressaltam das comunicações, onde se refletem seus hábitos, seu caráter, sua linguagem e detalhes evidentes para as pessoas do convívio. 

Para esclarecer, questões duvidosas o melhor critério e submeter às comunicações ao controle severo da razão, do bom senso e da lógica. A melhor de todas as provas de identidade esta na linguagem e nas circunstancias fortuitas, pois o ignorante jamais imitara o verdadeiro, pois em alguma parte de seu discurso sempre aparecerá seu verdadeiro caráter.

Estabelecer a identidade absoluta dos Espíritos em muitos casos, é uma questão secundaria e sem importância, mas não ocorre o mesmo com a distinção dos bons e maus Espíritos, pois sua individualidade pode nos ser indiferente, sua qualidade não o será jamais. A questão primordial é saber a que grau da escala espírita pertence o Espírito. 

 A linguagem dos Espíritos está sempre em razão de seu grau de elevação. Pelo pensamento e estilo identificaremos o caráter do comunicante. Os Espíritos superiores dizem sempre boas coisas que nos sejam úteis. A bondade e a benevolência refletem em sua linguagem.

Sòmente a inteligência, não atesta a superioridade de um Espírito, pois a moral nem sempre acompanha no mesmo ritmo. Sem hesitação devemos rejeitar o que contraria a lógica e a razão, devendo submeter sempre ao controle do mais severo bom-senso todas as comunicações recebidas.

Não há outro critério para discernir o valor dos Espíritos, senão o bom-senso, julgando-os pela sua linguagem e suas ações. Os bons Espíritos não podem dizer e fazer senão o bem; possui uma linguagem sempre digna, nobre, elevada, sem mistura de trivialidades. 

Os bons Espíritos, só dizem aquilo que sabem e os levianos chegam a predizer o futuro, contendo datas fixadas, indicio de mistificação. Os Espíritos superiores se expressam de forma simples e dizem muitas coisas com poucas palavras, jamais ordenam ou impõem, apenas aconselham. 


Identificação dos Espíritos pelas Sensações

No item 164 do Livro dos Médiuns – Cap. XIV encontramos sob a designação de médiuns sensitivos, aqueles suscetíveis de perceber a presença dos Espíritos por uma vaga impressão. 

Esse tipo de mediunidade não tem um caráter bem definido, é uma faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras. Essa faculdade se desenvolve pelo habito, e pode adquirir tal sutileza que aquele que dela está dotado reconhece, através da impressão que sente, não só a natureza boa ou má do Espírito que esta ao seu lado, mas também sua própria individualidade. 

Através dessa sensibilidade mediúnica, os médiuns experimentam as sensações do estado no qual se encontra o Espírito que vem a ele. Quando o Espírito é feliz a sensação é de tranqüilidade, leveza e seriedade; quando ele é infeliz, transmite agitação e mal estar.

Identificação dos Espíritos pela Vidência

Há médiuns que possuem essa faculdade de ver os Espíritos no seu estado normal, quando estão perfeitamente despertos; e outros apenas no estado sonambúlico. Essa faculdade raramente e permanente e é quase sempre, o efeito de uma crise momentânea e passageira. 

O médium vidente acredita ver pelos olhos, como os dotados da 2ª vista, mas na realidade, é a alma que vê, e essa é a razão pela qual vêem tão bem com os olhos fechados, como com os olhos abertos. É preciso distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade de ver os Espíritos. As primeiras são fatos isolados que tem sempre um caráter individual e pessoal (parentes e amigos) e não constituem a faculdade propriamente dita. 

Entre os médiuns videntes há os que só vêem os Espíritos evocados, descrevendo-os com exatidão e há outros que essa faculdade é mais geral, vêem toda a população Espírita ir e vir continuamente. Essa mediunidade é rara e há muito para se desconfiar daqueles que pretendem desfrutar dessa faculdade por amor próprio ou por interesse. 

Esse recurso de identificação dos Espíritos depende muito do grau de segurança e equilíbrio do médium (caráter, moralidade e sinceridade), devendo-se sempre verificar, analisar e comparar suas informações com outros recursos. É importante sua participação nos trabalhos mediúnicos devendo evitar transforma-lo em locutor do alem.

Identificação dos Espíritos pelo Conteúdo das Mensagens

 A melhor forma de identificação dos Espíritos comunicantes é através da analise das mensagens. 

Os Espíritos que se revelam através dos médiuns, devem ser identificados por suas idéias e pela essência espiritual de suas palavras. É o critério da linguagem. Os Espíritos superiores usam sempre uma linguagem digna, nobre, elevada, e sem trivialidades; se expressando com grande poder de síntese, simplicidade e modéstia. 

Não podemos avaliar da qualidade do Espírito apenas pela forma material ou estilo, mas pelo conteúdo de sua mensagem. Os bons Espíritos só podem dizer e fazer o bem.

Os Espíritos imperfeitos, principalmente os mistificadores, procuram enganar, através do uso de palavras difíceis dentro de frases brilhantes, mas completamente destituídas de conteúdo útil. Um Espírito pode apresentar-se com um nome respeitável e apresentar uma linguagem incompatível, ficando obvio que pretende enganar. Todo desvio da lógica, da razão e da sabedoria, não deixa duvidas de sua origem, qualquer que seja o nome apresentado. 

Devemos submeter todas as comunicações a um exame escrupuloso, perscrutando e analisando o pensamento e as expressões, rejeitando sem hesitar tudo o que contraria a lógica e o bom senso. Com esse proceder os Espíritos enganadores se retiram, convencidos de que não podem nos iludir.

Bibliografia: 

Cristianismo e Espiritismo – Leon Dennis – Nota complementar nº 12. 
Fenômeno Espírita – Gabriel Delanne – 3ª parte. 
Livro dos Médiuns – Allan Kardec – Cap. XXIV-XIV e Cap. X. 
No Invisível – Leon Dennis – Cap. XXI. 
O Consolador – Emmanuel – Questão – 379. 
O Que é o Espiritismo – Allan Kardec – Questão – 93 a 99. Apostila do Coem. 

Fonte: http://bvespirita.com/Identidade%20dos%20Espiritos%20-%20Pelas%20Sensacoes%20e%20pelo%20Conteudo%20das%20Mensagens%20(SEF).pdf

sábado, 23 de junho de 2018

Influência Moral do Médium e do Meio

Introdução 

Allan Kardec [LM - it 226] propõe aos benfeitores espirituais a seguinte indagação: 

"- O desenvolvimento da mediunidade está em relação como o desenvolvimento moral do médium? R. Não. A faculdade propriamente dita é orgânica, não depende da moral, mas o mesmo acontece com o seu uso, que pode ser bom ou mal, dependendo dos valores morais do medianeiro." 

A assertiva dos benfeitores coloca a mediunidade como uma função neutra, como um sentido (o sexto sentido, na expressão de Charles Richet); por si só, a faculdade mediúnica não depende da moral, da inteligência e da cultura, e isto ocorre, porque ela é orgânica, radicada no organismo físico do intermediário. No entanto, o que se pode conseguir com a mediunidade, os efeitos dela decorrentes, irão sofrer uma influência decisiva dos valores éticos do medianeiro. Quando perguntaram ao benfeitor Emmanuel qual era a maior necessidade do médium, ele disse: 

"A primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo." e "vence nos labores mediúnicos o médium que detiver a maior carga de sentimento." 

Afinidade Fluídica e Sintonia Vibratória 

Os benfeitores espirituais nos fazem ver que os fenômenos mediúnicos também são regidos por leis severas , inflexíveis, qual ocorre com as demais e que se não submetem as nossas vontades. 

Allan Kardec orienta que "Para se comunicar, o Espírito desencarnado se identifica com o Espírito do médium." Esta identificação não se pode verificar, se não houver entre um e outro, simpatia, e, se assim é lícito dizer-se, afinidade. A alma exerce sobre o Espírito livre uma espécie de atração ou de repulsão, conforme o grau de semelhança existente entre eles. 

Esta afinidade ou simpatia apresenta duas condições distintas: 

• afinidade fluídica; 
• sintonia vibratória (afinidade moral).

 a) Afinidade Fluídica: é de natureza estrutural, uma disposição inata do organismo, não dependendo dos valores morais, gostos, tendências do Espírito e médium

A facilidade das comunicações depende da categoria de semelhança existente entre os dois fluidos, que também vai estabelecer a intensidade da assimilação fluídica e a maior ou menor impressão causada ao médium. Assim, determinado médium pode ser um bom instrumento para um Espírito e mau para outro. Disso resulta que de dois médiuns igualmente bem dotados e postos um do lado do outro, um Espírito que se dispõe à comunicação mediúnica se manifestará por meio de um, e não do outro médium, aonde não encontra a aptidão orgânica necessária. Mas, à proporção que o médium exercita-se no trabalho mediúnico, desenvolve e adquire qualidades necessárias para a realização dos fenômenos e entre em relação com um número maior de Espíritos comunicantes. Com muita freqüência, o contato entre Espírito e médium se faz gradativamente, com o tempo; raramente se estabelece desde o primeiro momento. E o contato antecipado, que ocorre antes mesmo da sessão mediúnica, tem o propósito de provocar e ativar a assimilação fluídica, fase esta que o Espírito Manoel Philomeno de Miranda denomina de "fase de pré-imantação fluídica", e que vem atenuar as dificuldades existentes. 

b) Sintonia Vibratória (Afinidade Moral): pessoas de moral idêntica se atraem e de moral contrária se repelem. Fundamenta-se esta lei no princípio de que para um Espírito assimilar os pensamentos de outro, necessita estar emitindo ondas mentais na mesma freqüência vibratória. 

A afinidade moral depende inteiramente das condições éticas, que se referem à conduta humana, suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal.

Através da afinidade moral, o Espírito comunicante e o médium se fundem na unidade psico-afetiva da comunicação. O Espírito aproxima-se do médium e o envolve nas suas vibrações espirituais. 

O Médium na Reunião Mediúnica

Procuremos examinar de que forma os esforços que o medianeiro empreende em seu crescimento íntimo - os seus dotes morais - estarão influenciando nos labores mediúnicos. 

a) Na Autenticidade da Comunicação: a autenticidade de uma comunicação é um dos maiores escolhos à prática mediúnica. Não a autenticidade no sentido de se saber quem é o Espírito comunicante, mas no sentido de saber o que é o Espírito. Se é um Espírito sério ou zombeteiro, leviano ou interessado em aprender, bondoso ou irresponsável. E só existe uma forma de se reconhecer a natureza de um Espírito: através da impressão que os seus fluidos causam no medianeiro. Isto porque os Espíritos podem falsear a sua aparência, a sua voz, o seu estilo, mas jamais poderão falsificar os seus fluidos. Os Espíritos bons fabricam bons fluidos que causam no médium uma impressão agradável, prazerosa, de bem estar. Os Espíritos inferiores, por sua vez, produzem fluidos pesados, densos que vão proporcionar ao médium uma impressão desagradável. No entanto, para registrarmos as características de um fluido espiritual é necessário que nós comparemos esses fluidos com os nossos próprios fluidos

É necessário que haja um "choque de impressões" para que possamos registrar qualquer acontecimento exterior. 

Assim sendo, um médium excessivamente ligado à usura, ao apego às coisas materiais, que venha a receber a comunicação de um Espírito avarento, nada de penoso sentirá com a aproximação desse Espírito, pois, os seus fluidos se equivalem. 

Podemos então deduzir que quanto mais elevado moralmente for o médium, mais facilmente identificará os fluidos dos Espíritos desequilibrados, caracterizando a sua natureza. 

Verificamos, portanto, que o grave problema das mistificações espirituais está diretamente vinculado às condições morais dos médiuns. 

b) Na Comunicação de Espíritos Superiores: para que um Espírito se comunique em uma reunião mediúnica, precisa encontrar um médium que se ache em sintonia com as suas vibrações mentais. Do contrário, o intermediário não conseguirá assimilar suas idéias e seus pensamentos. Os Espíritos superiores vibram em uma freqüência mental muito alta, daí a necessidade de médiuns bem equilibrados, sadios eticamente para que possam permitir a sintonia vibratória e a comunicação torne-se uma realidade. 

Muitas vezes os bondosos mentores de nossos grupos mediúnicos desejam dar uma mensagem de incentivo, de estímulo, mas não conseguem encontrar um médium em condições morais que permita a comunicação.

Algumas vezes, quando estas mensagens são muito importantes, o Espírito superior pode atuar a distância, tendo como intermediário um outro Espírito em condições vibratórias menos elevadas. 

Denomina-se este processo de Telemediunidade:

ESPÍRITO SUPERIOR "JOGA A IDEIA"
ESPÍRITO DO MÉDIUM CAPTA A IDEIA E REDUZ A FREQUÊNCIA DAS ONDAS MENTAIS
MÉDIUM ENCARNADO CONSEGUE ASSIMILAR A MENSAGEM

c) Na Qualidade da Comunicação: O Espírito Erasto no item 230 do Livro dos Médiuns, compara a mediunidade com uma máquina de transmissão telegráfica, afirmando que, da mesma forma que as influências atmosféricas atuam negativamente nas transmissões telegráficas, os recursos morais do médium poderão perturbar a transmissão das mensagens de além-túmulo. 

Vamos então verificar que a moralidade do médium, seus recursos intelectuais, sua cultura, são elementos que terão uma participação efetiva nas comunicações espirituais. Sabemos que os Espíritos se utilizam dos valores do médium na elaboração de sua mensagem. Assim sendo, quanto mais aproximados forem esses recursos, mais facilidade vai encontrar o Espírito. 

Se foi possível a concretização das obras notáveis de André Luiz, Emmanuel e outros, isto se deve à condição moral de Chico Xavier que deu condições espirituais para que os livros fossem ditados.

d) No Estado Geral do Médium: o estado físico-psíquico do médium durante a comunicação mediúnica e, principalmente, ao término da comunicação, depende, também, intimamente dos esforços empreendidos por ele em seu progresso espiritual. A sensação de mal estar, de medo, de angústia, as emoções desagradáveis que acompanham a comunicação, surgem em função da absorção de fluidos deletérios emitidos pela entidade em sofrimento. 

Só existe uma forma de dissolver os fluidos ruins: antepondo-lhes fluidos bons. Os fluidos bons têm uma ação desagregadora das moléculas dos fluidos negativos. 

Portanto, quanto mais sadia do ponto de vista moral, for a vida do médium, melhores serão os seus fluidos que, mais rapidamente, irão neutralizar as vibrações pestilentas dos comunicantes, devolvendo ao medianeiro a sensação de bem estar e de tranqüilidade íntima. 

e) Na Doação de Fluidos Salutares: quando uma entidade sofredora é levada a uma reunião de labores mediúnicos, deseja-se, obviamente, que ela seja orientada e esclarecida pelos doutrinadores. No entanto, deseja-se também que esta entidade venha a receber energias boas, fluidos salutares do grupo mediúnico, mas, principalmente, do médium. Denomina-se este encontro Espírito sofredor + fluidos do médium de choque anímico. 

Essas energias sadias absorvidas pela entidade durante a comunicação, terão um papel fundamental em sua recuperação espiritual "limpando" os seus centros de força e revigorando suas forças combalidas pelos pensamentos deprimentes. 

Todavia, para que o medianeiro passa doar fluidos bons, é preciso que tenha fluidos bons, e, só tem fluidos bons, quem vive bem.

f) Na Obsessão: A obsessão é um problema que o médium vai se defrontar durante toda a sua vida. Médiuns notáveis, portadores de faculdade mediúnicas extraordinárias e que vieram a cair drasticamente por influenciação obsessiva. 

Só existe uma forma de precatar-se de um processo obsessivo: vivendo de tal forma que os Espíritos da sombra não possam atuar em nossos campos mentais. 

A atitude mental superior, a prática constante do bem, o combate às viciações estarão elevando as nossas vibrações espirituais e nos colocando fora da faixa de influência dos Espíritos obsessivos. 

Divaldo Franco assim se manifesta: "Nosso caráter é a nossa defesa."

O Meio 

Existem três fatores básicos na comunicação mediúnica: 

o Espírito, o médium e o meio. Vamos analisar o meio em seus dois aspectos: material e espiritual. 

a) Meio Material: local em que se desenrola o trabalho mediúnico. Fatores a serem observados: • Área física; 

• Componentes encarnados: dirigente, doutrinadores e médiuns. 

b) Meio Espiritual: conjunto de fatores predisponentes que facilitam e orientam o trabalho mediúnico: 

• Espíritos orientadores; 
• Espíritos em tratamento; 
• Fluidos resultantes das emanações dos dois planos (espiritual e material); • Intenções dos participantes. 

Segundo Manoel Philomeno de Miranda [Nos Bastidores da Obsessão], os fatores citados acima são requisitos para uma reunião séria, desde a área física, até as intenções e vibrações dos componentes.

Em [LM - it 231, qst 1] Allan Kardec pergunta: 

"O meio, no qual se acha o médium, exerce uma influência nas manifestações? 

R. Todos os Espíritos que cercam o médium o ajudam tanto no bem como no mal." 

Em [Temas da Vida e da Morte] Manoel Philomeno de Miranda diz: "Que o meio ambiente exerce efeitos e predisposições nos seres vivos. Embora o meio sócio-cultural seja conseqüência da ação do homem, tornasse-lhe fator de vigorosos efeitos no cmportamento, o que tem levado muitas pessoas a concluir que - o homem é o produto do meio - salvo as inevitáveis exceções."


É compreensível, portanto, que a influência do meio moral e emocional seja prevalente nos fenômenos mediúnicos. 
Além da inevitável influência do médium, em decorrência dos seus componentes íntimos, o psiquismo do grupo responde por grande número de resultados nos cometimentos da mediunidade.

Do ponto de vista moral, os membros que constituem o núcleo, atraem, por afinidade, os Espíritos que lhe são semelhantes, em razão da convivência mental já existente entre eles. Onde quer que se apresentam os indivíduos, aí também estarão seus consórcios espirituais. 

Assim, fica fácil entender o poder da associação de pensamento dos assistentes. Se o Espírito for, de qualquer maneira, atingido pelo pensamento, como nós somos pela voz, vinte pessoas unidas numa mesma intenção terão, necessariamente, mais força que uma só. Mas, para que todos os pensamentos concorram para o mesmo fim, é necessário que vibrem em uníssono, que se confundam por assim dizer em um só, o que não poderá acontecer sem concentração. 

Para bem compreender o que se passa nestas circunstâncias, é importante se conhecer a influência do meio. É necessário representar cada indivíduo como que cercado por um certo número de companheiros invisíveis que identificam com o seu caráter, os seus gostos e as suas tendências. Allan Kardec [LM - it 331] diz: "Uma reunião é um ser coletivo cujas qualidades e propriedades são a soma de todas as dos seus membros, formando uma espécie de feixe; ora este feixe terá tanto mais força quanto mais homogêneo for."

Todos os componentes da reunião são acompanhados de Espíritos que lhe são simpáticos. Segundo o seu número e a sua natureza, esses companheiros podem exercer sobre a reunião ou sobre as comunicações um influência boa ou má. Uma reunião perfeita seria aquela em que todos os seus membros, animados do mesmo amor pelo bem, só levassem consigo Espíritos bons. Na falta da perfeição, a melhor reunião será aquela em que o bem supera o mal. 

Por outro lado, o Espírito chegando a um meio que lhe é inteiramente simpático sente-se mais à vontade. Contudo, se os pensamentos forem divergentes, provocam um entrechoque e idéias desagradáveis para o Espírito e, portanto, prejudicial à comunicação. 

Sendo os Espíritos desencarnados muito impressionáveis, sofrem acentuadamente a influência do meio. 

Toda reunião espírita deve, pois, procurar a maior homogeneidade possível. 

O êxito das sessões espíritas se encontra na dependência dos fatores objetivos que as produzem, das pessoas que as compõem e do programa estabelecido nos dois planos (material e espiritual):

a) As Intenções: "As intenções, fundamentadas nos preceitos evangélicos do amor e da caridade, do estudo e da aprendizagem, são as que realmente atraem os Espíritos superiores, sem cuja contribuição valiosa, os resultados decaem para a frivolidade, a monotonia e não raro para a obsessão." (Manoel Philomeno de Miranda)

b) O ambiente ou Meio Espiritual: "Não sendo apenas o de construção material, o ambiente deve ser elaborado e mantido por meio de leitura edificante e da oração, debatendo-se os princípios morais capazes de criar uma atmosfera pacificadora, otimista e refazente." (Manoel Philomeno de Miranda)  

c) Os Membros Componentes: Os médiuns, segundo Emmanuel, "em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso." 

Assim, todo médium deve resguardar-se na humildade, na modéstia, convicto de que é uma alma em processo de redenção e aperfeiçoamento, pelo trabalho e o estudo

A seriedade de uma reunião, entretanto, não é sempre suficiente para haver comunicações elevadas. É indispensável a harmonização dos sentimentos e o amor para atrair os bons Espíritos. Por isso os componentes da reunião devem esforçar-se por manter os requisitos mínimos, instruindo-se e elevando-se moralmente. 

Os médiuns deverão manter disciplina interior, equilibrando suas emoções, seus pensamentos, palavras e atos para se tornarem maleáveis às instruções dos Espíritos superiores. A faculdade mediúnica não os isenta das responsabilidades morais imprescindíveis à própria renovação e esclarecimento, o que irá facilitar a sintonia com os mentores da reunião e melhores condições de exercerem a enfermagem libertadora aos Espíritos trazidos para tratamento. 

O Dirigente deverá possuir os requisitos mínimos para liderar o grupo mediúnico que são: amor, boa vontade, estudo e atitudes corretas. Segundo André Luiz [Nos Domínios da Mediunidade], o dirigente deverá ter: "devoção à fraternidade, correção no cumprimento dos deveres, fé ardorosa, compreensão, boa vontade, equilíbrio, prudência e muito amor no coração." 

Os Doutrinadores devem, igualmente, evangelizar-se estudando a Doutrina e capacitando-se para entender e elaborar nos diversos misteres do serviço de esclarecimento e tratamento Espiritual.

Na mesma linha de deveres dos médiuns, não poderão descurar do problema psíquico da sintonia, a fim de estabelecerem contato com o dirigente do plano espiritual que supervisiona os empreendimentos de tal natureza. 

O doutrinador exerce a posição de elemento-terra, o mediador consciente da Espiritualidade, que deverá analisar os problemas e as idéias de modo equilibrado e inteiramente lúcido, revestindo-as com as luzes do Evangelho de Jesus e em coerência com os ensinamentos codificados por Allan Kardec. 

Não poderemos deixar de analisar a influência dos Espíritos que são trazidos em tratamento às reuniões mediúnicas.

Invariavelmente, aqueles que sabem perseverar, sem adiarem o trabalho de edificação interior, se fazem credores da assistência dos Espíritos interessados nas sementeira da esperança e da felicidade na Terra - programa sublime presidido por Jesus, das altas esferas. 

Nas reuniões sérias, os seus membros não podem compactuar com a negligência aos deveres estabelecidos em prol da ordem geral e da harmonia, para que a infiltração dos Espíritos infelizes não as transformem em celeiros de balbúrdia, de desordem e perturbação. 

"Para que uma sessão espírita possa interessar aos instrutores espirituais, não poderá abstrair do elevado padrão moral de que se devem revestir todos os participantes, (... principalmente o médium onde a exteriorização dos seus fluidos, isto é, a vibração do seu próprio Espírito, que é resultante dos atos morais praticados, o distingue das diversas criaturas, oferecendo material específico aos instrutores espirituais para as múltiplas operações que se realizam nos abençoados núcleos espiritistas sérios, que têm em vista o santificante programa de desobsessão espiritual." (Allan Kardec, Livro dos Médiuns, Cap. XXIX).


"A influência do meio decorre dos Espíritos e da maneira porque agem sobre os seres vivos. Dessa influência cada qual pode deduzir por si mesmo as condições mais favoráveis para uma sociedade que aspire atrair a simpatia dos Espíritos bons, obtendo boas comunicações e afastando as más." 

Essas condições dependem inteiramente das disposições morais dos assistentes. 

Podemos resumi-las nos seguintes pontos: 

• perfeita comunhão de idéias e sentimentos; • benevolência recíproca entre todos os membros; 
• renúncia de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã; 
• desejo uníssono de se instruir e de melhorar-se pelo ensinamento dos Espíritos bons e aproveitando os seus conselhos; 
• exclusão de tudo o que, nas comunicações solicitadas aos Espíritos, só tenha por objetivo a curiosidade; 
• concentração e silêncio respeitosos durante as conversações com os Espíritos; 
• concurso de todos os médiuns com renúncia a qualquer sentimento de orgulho, de amor próprio e de supremacia, com o desejo único de se tornarem úteis. 

Se cumpríssemos estes itens teríamos a "reunião ideal", dentro do que preceitua a codificação espírita. 

"As condições do meio serão tanto melhores, quanto maior homogeneidade houver para o bem, com mais sentimentos puros elevados, mais sincero desejo de ajudar e aprender, sem segundas intenções." (Livro dos Médiuns, Cap. XXI, item 233). 

A lógica, o discernimento nos aconselham prudência, disciplina e equilíbrio para que sejamos bem orientados espiritualmente, já que a influência do meio, isto é, "a conseqüência da natureza dos Espíritos e de seu modo de ação sobre os seres vivos" nos fará deduzir em quais condições obteremos resultados mais favoráveis, em nossa reuniões mediúnicas. 

Vamos seguir as diretrizes traçadas por Allan Kardec e termos reuniões mais produtivas, mais disciplinadas e harmônicas.

"Tendo por objetivo a melhoria dos homens, o Espiritismo não vem procurar os perfeitos, mas os que se esforçam em o ser, pondo em prática os ensinos dos Espíritos. O verdadeiro espírita não é o que alcançou a meta, mas o que seriamente quer atingila." (Allan Kardec, Revista Espírita, 1861, pág. 394, item 11). 

"Estudem antes de praticar porque é a única forma de não adquirirem experiência através do próprio sofrimento." Allan Kardec.

A mediunidade bem exercida é roteiro de iluminação que proporciona aventuras inimagináveis, quando a afeição e o amor a abraçam em favor da humanidade. Assim considerada e vivida, serão superados os fatores do meio que, ao invés de influenciar sempre, passam a sofrer-lhe a influenciação, estabelecendo-se psicosfera benéfica quão salutar para todos aqueles que constituem o grupo no qual ela se desdobra. 

Cabe ao médium sincero sobrepor-se às influências do meio onde opera as suas conquistas pessoais, gerando, em sua volta, uma psicosfera positiva quão otimista sob todos os aspectos propícios à execução do compromisso a que se dedica. 

"Não se descarte, pois, a influência do meio, que deve ser superior, nem a do médium, que se deve apresentar equipado dos recursos próprios, de modo que se recolham boas e proveitosas comunicações, ampliando-se o campo de percepção do mundo espiritual, causal e pulsante, no qual se encontra mergulhado em escala menor, o físico, por onde se movimentam homens, no processo de crescimento e evolução." (Manoel Philomeno de Miranda / Divaldo P. Franco, Temas da Vida e da Morte).

Bibliografia 

1) Livro dos Médiuns - Allan Kardec 
2) Nos Bastidores da Obsessão - Manoel Philomeno de Miranda / Divaldo Franco 
3) Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz / Chico Xavier 
4) Tramas do Destino - Manoel Philomeno de Miranda / Divaldo Franco 5) Diversidade dos Carismas - Hermínio Miranda

sábado, 16 de junho de 2018

Perigos e Inconvenientes, Perda e Suspensão da Faculdade Mediúnica


Perigos e Inconvenientes da Faculdade mediúnica

Após uma centena de anos recebendo os mais variados ataques, que iam da fraude às manifestações demoníacas, surgem novos opositores que não discutem quanto à existência do fenômeno mediúnico espírita, somente acham que a prática da mediunidade é suscetível de levar para caminhos perigosos quem a ela se dedicar. Não se pode negar que o Espiritismo, na sua parte prática, realmente oferece perigos aos imprudentes que, sem estudo e preparo, sem método adequado e sem proteção eficaz, se lançam a aventuras experimentais por passatempo ou frívola diversão, atraindo, para si, elementos inferiores do mundo invisível cuja influência maléfica fatalmente sofrerão.

Estes perigos, no entanto, são por demais exagerados pelos detratores da Doutrina Espírita, a fim de desestimular a aproximação do homem da fonte capaz de matar-lhe a sede de conhecimento acerca de seu destino futuro, terreno este, que foi monopolizado pelas religiões tradicionalistas, as quais não suportam o mais leve exame da lógica e da razão.

Há necessidade de precaução em toda prática ou experimentação que se faça. Ninguém, por exemplo, sem ter conhecimento, pelo menos rudimentar, sobre Química, entraria em um laboratório e se poria a manipular substâncias desconhecidas, a não ser que quisesse colocar em risco sua segurança e a sua saúde. Qualquer coisa poderá ser boa ou má, conforme o uso que se lhe der. É injusto, porém, ressaltar os possíveis porém, ressaltar os possíveis perigos da mediunidade sem assinalar os extraordinários benefícios que propicia, dentre os quais, a comprovação da imortalidade da alma, ponto que sozinho é suficiente para anular a angústia natural do homem, transmitindo-lhe a certeza da continuidade da vida após a sepultura.

Nenhum progresso, nenhum avanço, nenhuma descoberta se alcança sem esforço, sem sacrifícios e sem certos riscos. Se os grandes navegadores não tivessem tentado suas viagens através dos oceanos, enfrentando o desconhecido e as forças naturais, até hoje, permaneceríamos vivendo em núcleos isolados ainda de forma primitiva, porque a falta de entrosamento e de troca de experiência nos manteria nos limites tradicionalistas, herdados de nossos antepassados. No oceano do mundo invisível palpitam outros seres, outras sociedades, outros mundos que estão à nossa espera, e dos quais nos chegam os informes, pelo correio da mediunidade, para que deles usufruamos a experiência vivida.

Deus nos colocou em um verdadeiro oceano de vida, que é um reservatório inesgotável de energias e, dando-nos a inteligência, a consciência e a razão, quis Ele que conhecêssemos essas forças e aprendêssemos a manipulá-las, convenientemente, para nosso benefício espiritual. Este exercício constante permite que nós mesmo nos desenvolvamos até alcançar o império sobre a Natureza, o domínio do Espírito sobre a matéria.

"Essa conquista é o mais elevado objetivo a que possamos consagrar a nossa vida. Em vez de afastar dele o homem, ensinemos-lhe a caminhar ao seu encontro, sem hesitação. Estudemos, escrutemos o Universo em todos os seus aspectos, sob todas as formas."

As dificuldades da experimentação mediúnica estão em proporção com o desconhecimento das leis psíquicas que regem os fenômenos, desconhecimento este que mergulha o homem em um lago de ignorância ou no estímulo para a criação de crendices e absurdos nas quais procura se agarrar

"Em tais condições, pode acontecer que a experimentação espírita reserve numerosas ciladas, muito mais, entretanto, aos médiuns que aos observadores. O médium é um ser nervoso, sensível, impressionável; e envolto numa atmosfera de calma, de paz e benevolência, que só a presença dos Espíritos adiantados pode criar. A prolongada ação fluídica dos Espíritos inferiores lhe pode ser funesta, arruinar-lhe a saúde, provocando os fenômenos de obsessão e possessão..." (No Invisível, Cap. XXII)

Todo cuidado que tomarmos, incentivando-nos ao conhecimento pelo estudo e ao aperfeiçoamento moral pela prática das virtudes cristãs, será o cumprimento tão somente dos nossos deveres perante a mediunidade.

"É necessário adotar precauções na prática da mediunidade. As vias de comunicação que o Espiritismo facilita entre o nosso mundo e o mundo oculto, podem servir de veículos de invasão às almas perversas que flutuam em nossa atmosfera, se lhes não soubermos opor resistência vigilante e firme. Muitas almas sensíveis e delicadas, encarnadas na Terra, têm sofrido em consequência de seu comércio com esses Espíritos maléficos, cujos desejos, apetites e remorsos os atraem constantemente para perto de nós."(idem)

Pela lei de afinidade vibratória que condiciona o enlace psíquico entre a criaturas, criando a simpatia e a antipatia, constantemente estamos rodeados de entidades atraídas a nós pelo nosso "hálito mental", que, se mau, atrairá os maus, se bom, atrairá os bons.

"As almas elevadas sabem mediante seus conselhos, preservar-nos dos abusos, dos perigos, e nos guiar pelo caminho da sabedoria; mas sua proteção será ineficaz, se por nossa parte não fizermos esforços para nos melhorarmos. É destino do homem desenvolver suas forças, edificar ele próprio sua inteligência e sua consciência. É preciso que saibamos atingir um estado moral que nos ponha ao abrigo de toda agressão das individualidades inferiores. Sem isso, a presença de nossos guias será impotente para nos salvaguardar."(Idem)

Assim, pois, não basta apenas que os mentores nos queiram defender; antes de tudo, é preciso que saibamos nos conservarmos em permanente elevação de propósitos, de pensamentos, de idéias e de ações. Caso contrário, estaremos sujeitos à obsessão, que é a ação persistente de um mau Espírito determinando uma influência perniciosa sobre o estado de equilíbrio psíquico da criatura e até sobre sua saúde física. É a moral descuidada e menosprezada gerando estados lastimáveis de Espírito e de corpos também.

Mediunidade e Estados Patológicos

No início do Movimento Espírita, observações superficiais, constatando o grande número de pessoas desequilibradas, levantaram a hipótese de que a mediunidade seria um estado patológico, ou seja, doença da mente do médium. Perguntados sobre a questão, eis como os Espíritos responderam:
“a faculdade mediúnica é um estado "anômalo, às vezes, porém, não patológico; há médium de saúde robusta; os doentes os são por outras causas." [LM - cap XVIII]

Acreditava-se também que o exercício prolongado da faculdade mediúnica produzia alguma fadiga sobre o médium e que isto podia ser motivo de contra-indicar o seu uso. Note-se, porém, que o uso de qualquer faculdade por tempo prolongado causa o cansaço e a fadiga, porém, estes serão do corpo, do organismo do intermediário e nunca do Espírito, que até se fortalecerá de acordo com a natureza do trabalho que efetue.

Atualmente, as pesquisas no campo da Parapsicologia já evidenciaram o fato aceito e preconizado pelo Espiritismo há mais de cem anos: "Os fenômenos paranormais não são patológicos" [Robert Amadou - Parapsicologia, VI parte, Cap. IV, nº 5]; "Até hoje nada indicou qualquer elo especial entre funções psicopatológicas e parapsicológicas" [J.B. Rhine, Fenômenos e Psiquiatria, pg 40].

"Poderia a mediunidade produzir a loucura?

R. Não mais do que qualquer outra coisa, desde que não haja pré-disposição para isso, em virtude de fraqueza cerebral. A mediunidade não produzirá a loucura, quando esta já não exista em gérmen; porém, existindo este, o bom-senso está a dizer que se deve usar de cautelas, sob todos os pontos de vista, porquanto qualquer abalo pode ser prejudicial."[LM - cap. XVIII]

O que se observa na prática é a existência de inúmeros casos, que são rotulados como doença mental segundo os cânones científicos, eu que nada mais é que simples perturbação espiritual, que tratada convenientemente, cede por completo.

Há casos em que a mediunidade não encarada como merecedora de cuidados especiais, gera obsessões de curto, médio e longo cursos, que somente um tratamento adequado e paciencioso poderá resolver. Assim, nem todos os que apresentam sintomas de desequilíbrio psíquico devem ser encarados como médiuns em potencial, e até, pelo contrário, não se deve estimular o exercício mediúnico nas pessoas de caracteres impressionáveis e fracos, a fim de evitar consequências desagradáveis.

"Do seu exercício cumpre afastar, por todos os meios possíveis, as que apresentem sintomas, ainda que mínimos, de excentricidade nas ideias, ou de enfraquecimento das faculdades mentais, porquanto, nessas pessoas, há pré-disposição evidente para a loucura, que se pode manifestar por efeito de qualquer sobreexcitação."(Idem)

Mediunidade na Infância

Outro perigo e inconveniente da mediunidade é estimulá-la nas crianças. Embora boa parte do material que serviu para fundamentar a Doutrina Espírita tenha vindo através da mediunidade de inocentes jovens, despreparadas intelectualmente para desempenharem papel ativo nas comunicações, devemos levar em conta que o fato se dava à revelia das próprias médiuns, pois os fenômenos tinham caráter eminentemente espontâneo. Aquelas crianças que manifestarem espontaneamente a faculdade, devem ser cercada de cuidados especiais, procurando, por todos os meios, evitar seu incentivo, buscando instruí-las e formar sua personalidade. Somente depois que elas venham a amadurecer orgânica e psicologicamente é que se deve orientar o seu desenvolvimento mediúnico propriamente dito.

"Haverá inconveniente em desenvolver-se a mediunidade nas crianças?

R. Certamente e sustento mesmo que é muito perigoso, pois que esses organismos débeis e delicados sofreriam por essa forma grandes abalos, e as respectivas imaginações excessiva sobreexcitação. Assim, os pais prudentes devem afastá-las dessas idéias, ou, quando nada, não lhes falar do assunto, senão do ponto de vista das conseqüências morais."(Idem)

Perda e Suspensão da Faculdade Mediúnica

As características de quem abusa do exercício mediúnico são:]

• acreditar-se privilegiado por possuir a faculdade;  
• não atender às solicitações de estudo da Doutrina;  
• achar que o guia espiritual ensina tudo;
• não ter horário para trabalhar mediunicamente, entregando-se à prática a qualquer hora, ocasião e local;
• fazer trabalhos mediúnicos habitualmente em casa domiciliar;
• cobrar monetária ou moralmente pelos bens que eventualmente possa obter pela faculdade mediúnica.

O médium que emprega mal a sua faculdade está se candidatando:

• a ser veículo de comunicações falsas;
• a ser vítima dos maus Espíritos;
• à obsessão;
• a se constituir em veículo de ideias fantasiosas nascidas de seu próprio Espírito orgulhoso e pretensioso;
• à perda ou suspensão da faculdade mediúnica.

A faculdade mediúnica pode ser retirada em determinadas circunstâncias da vida? Eis a resposta de Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier:

"Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno da confiança do Senhor da seara da verdade e do amor. Multiplicados no bem, os talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia se sofrem o insulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade, da exploração inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus débitos irrefletidos." [O Consolador - qst 389]

Existem casos em que a interrupção demonstra uma prova de benevolência do Espírito protetor para com o médium, segundo nos esclarece Allan Kardec [LM - it 220].

Nesta situação, há três aspectos a considerar:

1º) Quando o Espírito amigo e protetor quer provar que a comunicação mediúnica não depende dele, médium, e que assim, este não se deve vangloriar ou envaidecer;
2º) Quando o médium está debilitado fisicamente e precisa de repouso;
3º) Quando se fizer necessário por à prova a paciência e a perseverança do médium ou lhe dar tempo para meditar nas instruções recebidas dos Espíritos.

Como vemos, a mediunidade pode ser considerada como verdadeiro instrumento de redenção da criatura humana, que, ao usá-la com dignidade e coração, tem oportunidade de exercitar as virtudes cristãs como a humildade, o perdão, o amor e a caridade.

Sendo uma faculdade como as outras que possuímos, pode de uma hora para outra sofrer interrupções. Isto acontece porque a produção mediúnica ocorre através do concurso dos Espíritos, sem eles nada pode o médium; a faculdade continua a existir em essência mas os Espíritos não podem ou não querem se utilizar daquele instrumento mediúnico.

Os bons Espíritos se afastam dos médiuns por vários motivos. Analisemos alguns:

a) Advertência: quando o médium se serve da faculdade mediúnica para atender a coisas frívolas ou com propósitos ambiciosos e desvirtuados.

Como coisas frívolas, citamos a prática dos "ledores da sorte". Infelizmente, este desvirtuamento da verdadeira prática mediúnica existe em larga escala, e, mais cedo ou mais tarde, tais médiuns terão que prestar contas ao Senhor da aplicação feita dos talentos recebidos. Os chamados "profissionais da mediunidade" não se agastam em receber pagamentos, quer sob a forma de dinheiro, presentes, favores, privilégios ou até mesmo dependência afetiva ou emocional.

Recordemos as palavras do Espírito Manoel Philomeno de Miranda: "(...) o médium, habituando-se aos negócios e interesses de baixo teor vibratório, embrutece-se, desarmoniza-se (...). A mediunidade com Jesus, liberta, edifica e promove moralmente o homem, enquanto que, com o mundo, aturde, escraviza e obsedia a criatura." [Seara do Bem, Profissionais da Mediunidade].

Quando os Espíritos que sempre se comunicam por um determinado médium deixam de o fazer, o fazem para provar ao médium e a todos que eles são indispensáveis, e que, sem o seu concurso simpático, nada se obterá. Muitas vezes, tal atitude se prende à forma pela qual o médium vem se conduzindo, deixando a desejar sob o ponto de vista moral e doutrinário.

Geralmente, este tipo de suspensão é por algum tempo e a faculdade volta a funcionar, cessada a causa que motivou a suspensão.

b) Benevolência: quando as forças do médium estão esgotadas e seu poder de defesa fica reduzido, para que não caia como presa fácil nas mãos de obsessores, sua faculdade é suspensa, temporariamente, até que volte aos seu estado normal e possa exercitar com eficiência. Assim, 
   
"A interrupção da faculdade nem sempre é uma punição, demonstra às vezes a solicitude do Espírito para com o médium, a quem consagra afeição, tendo por objetivo proporcionar-lhe um repouso material de que o julgou necessitado, e neste caso não permite que outros Espíritos o substituam." [LM - it 220]

Léon Denis [No Invisível - cap IV] afirma que:

"A intensidade das manifestações está na razão direta do estado físico e mental do médium. A saúde do médium parece-nos ser uma das condições de sua faculdade. Conhecemos um grande número de médiuns que gozam perfeita saúde; temos notado mesmo que, quando a saúde se lhes altera, os fenômenos se enfraquecem e cessam de se produzir."

Por que sinal se pode reconhecer a censura na interrupção da mediunidade?

"Que interrogue o médium a sua consciência e pergunte a si mesmo que uso tem feito da sua faculdade, que benefícios têm resultado para os outros, que proveito tem tirado dos conselhos que lhe deram, e terá a resposta." [LM - it 220]

Vianna de Carvalho nos diz que "O mau uso da faculdade mediúnica pode entorpecê-la e até mesmo fazê-la desaparecer, tornando-se para o seu portador, um verdadeiro prejuízo, uma rude provação. Algumas vezes como advertência, interrompe-se-lhe o fluxo medianímico e os Espíritos superiores, por afeição ao médium, permitem que ele perceba, a fim de mais adestrar-se, buscando descobrir a falha que propiciou a suspensão, restaurando o equilíbrio; outras vezes, é-lhe concedida com o objetivo de facultar-lhe algum repouso e refazimento.”

c) Provação: quando o médium, apesar de se conduzir com acerto, ter o merecimento por boa conduta moral e não necessitar de descanso, tem suas possibilidades mediúnicas diminuídas ou interrompidas, Allan Kardec nos diz que:

"Servem para lhes por a paciência à prova e para lhes experimentar a perseverança. Por isso é que os Espíritos nenhum termo, em geral, assinam, à suspensão da faculdade mediúnica; é para verem se o médium desanima. Muitas vezes, serve também para lhes dar tempo de meditar as instruções recebidas.

Outra causa é quando o médium não aproveita as instruções nem os conselhos que os protetores espirituais propiciam. O Espírito protetor aconselha sempre para o bem, sugerindo bons pensamentos ou amparando nas aflições o seu tutelado mas, em situação alguma, desrespeita o livre-arbítrio de quem quer que seja. (...) Afasta-se, quando vê que seus conselhos são inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Mas não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem que tapa os ouvidos. O protetor volta desde que este o chame." [LE - qst 495]

No caso de não mais funcionar a faculdade mediúnica, isto jamais se deve ao fato de o médium ter encerrado a sua missão, como se costuma dizer, porque toda missão encerrada com sucesso é prenúncio de nova tarefa que logo se lhe segue, e assim, sucessivamente. O que ocorre nestes caso é a perda por abuso da mediunidade ou por doença grave.

Bibliografia

1) Livro dos Médiuns - Allan Karde
2) Livro dos Espíritos - Allan Kardec
3) No Invisível - Léon Denis
4) Médiuns e Mediunidades - Vianna de Carvalho / Chico Xavier
5) O Consolador - Emmanuel / Chico Xavier

Fonte: http://www.autoresespiritasclassicos.com/Apostilas/Apostilas%20Gerais/Curso%20de%20Mediunidade%20(IDE-JF%20e%20C%20E%20Luz%20Eterna).pdf


Algumas questões sobre o tema:


1. Que é preciso a uma pessoa para desenvolver em si o precioso dom da mediunidade?


2. Quem se entrega sem reservas e cuidados às experimentações espíritas corre perigo?

3. O exercício da mediunidade tem inconvenientes por si mesmo, ainda que não ocorra abuso na sua prática?

4. A faculdade mediúnica constitui indício de um estado patológico qualquer?

5. A atividade mediúnica desregrada pode causar fadiga?

6. Pode a prática mediúnica levar o indivíduo à loucura?

7. Quais as principais ações que devem ser tomadas pelo médium para o desenvolvimento da prática mediúnica segura?

8 - Que atitudes deve tomar o médium ao perceber-se "abandondado" pela faculdade mediúnica?

9 - Qual a relação entre "hálito metal" e processo mediúnico?

10 - Quais as principais causas das dificuldades na experimentação da prática mediúnica?