Introdução
Allan Kardec [LM - it 226] propõe aos benfeitores espirituais a seguinte indagação:
"- O desenvolvimento da mediunidade está em relação como o desenvolvimento
moral do médium?
R. Não. A faculdade propriamente dita é orgânica, não depende da moral, mas o
mesmo acontece com o seu uso, que pode ser bom ou mal, dependendo dos valores
morais do medianeiro."
A assertiva dos benfeitores coloca a mediunidade como uma função neutra, como um
sentido (o sexto sentido, na expressão de Charles Richet); por si só, a faculdade mediúnica
não depende da moral, da inteligência e da cultura, e isto ocorre, porque ela é orgânica,
radicada no organismo físico do intermediário. No entanto, o que se pode conseguir com a
mediunidade, os efeitos dela decorrentes, irão sofrer uma influência decisiva dos valores
éticos do medianeiro. Quando perguntaram ao benfeitor Emmanuel qual era a maior necessidade
do médium, ele disse:
"A primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo." e "vence nos
labores mediúnicos o médium que detiver a maior carga de sentimento."
Afinidade Fluídica e Sintonia Vibratória
Os benfeitores espirituais nos fazem ver que os fenômenos mediúnicos também são regidos
por leis severas , inflexíveis, qual ocorre com as demais e que se não submetem as nossas
vontades.
Allan Kardec orienta que "Para se comunicar, o Espírito desencarnado se identifica com
o Espírito do médium." Esta identificação não se pode verificar, se não houver entre um e
outro, simpatia, e, se assim é lícito dizer-se, afinidade. A alma exerce sobre o Espírito livre
uma espécie de atração ou de repulsão, conforme o grau de semelhança existente entre eles.
Esta afinidade ou simpatia apresenta duas condições distintas:
• afinidade fluídica;
• sintonia vibratória (afinidade moral).
a) Afinidade Fluídica: é de natureza estrutural, uma disposição inata do organismo, não
dependendo dos valores morais, gostos, tendências do Espírito e médium
A facilidade das comunicações depende da categoria de semelhança existente entre os
dois fluidos, que também vai estabelecer a intensidade da assimilação fluídica e a maior ou
menor impressão causada ao médium. Assim, determinado médium pode ser um bom instrumento
para um Espírito e mau para outro. Disso resulta que de dois médiuns igualmente bem
dotados e postos um do lado do outro, um Espírito que se dispõe à comunicação mediúnica se
manifestará por meio de um, e não do outro médium, aonde não encontra a aptidão orgânica
necessária. Mas, à proporção que o médium exercita-se no trabalho mediúnico, desenvolve e
adquire qualidades necessárias para a realização dos fenômenos e entre em relação com um
número maior de Espíritos comunicantes. Com muita freqüência, o contato entre Espírito e
médium se faz gradativamente, com o tempo; raramente se estabelece desde o primeiro
momento. E o contato antecipado, que ocorre antes mesmo da sessão mediúnica, tem o
propósito de provocar e ativar a assimilação fluídica, fase esta que o Espírito Manoel Philomeno de Miranda denomina de "fase de pré-imantação fluídica", e que vem atenuar as dificuldades
existentes.
b) Sintonia Vibratória (Afinidade Moral): pessoas de moral idêntica se atraem e de
moral contrária se repelem.
Fundamenta-se esta lei no princípio de que para um Espírito assimilar os pensamentos de
outro, necessita estar emitindo ondas mentais na mesma freqüência vibratória.
A afinidade
moral depende inteiramente das condições éticas, que se referem à conduta humana, suscetível
de qualificação do ponto de vista do bem e do mal.
Através da afinidade moral, o Espírito comunicante e o médium se fundem na unidade
psico-afetiva da comunicação. O Espírito aproxima-se do médium e o envolve nas suas
vibrações espirituais.
O Médium na Reunião Mediúnica
Procuremos examinar de que forma os esforços que o medianeiro empreende em seu
crescimento íntimo - os seus dotes morais - estarão influenciando nos labores mediúnicos.
a) Na Autenticidade da Comunicação: a autenticidade de uma comunicação é um dos
maiores escolhos à prática mediúnica. Não a autenticidade no sentido de se saber quem é o
Espírito comunicante, mas no sentido de saber o que é o Espírito. Se é um Espírito sério ou
zombeteiro, leviano ou interessado em aprender, bondoso ou irresponsável. E só existe uma
forma de se reconhecer a natureza de um Espírito: através da impressão que os seus fluidos
causam no medianeiro. Isto porque os Espíritos podem falsear a sua aparência, a sua voz, o
seu estilo, mas jamais poderão falsificar os seus fluidos. Os Espíritos bons fabricam bons
fluidos que causam no médium uma impressão agradável, prazerosa, de bem estar. Os Espíritos
inferiores, por sua vez, produzem fluidos pesados, densos que vão proporcionar ao médium
uma impressão desagradável. No entanto, para registrarmos as características de um
fluido espiritual é necessário que nós comparemos esses fluidos com os nossos próprios
fluidos
É necessário que haja um "choque de impressões" para que possamos registrar qualquer
acontecimento exterior.
Assim sendo, um médium excessivamente ligado à usura, ao apego às coisas materiais,
que venha a receber a comunicação de um Espírito avarento, nada de penoso sentirá com a
aproximação desse Espírito, pois, os seus fluidos se equivalem.
Podemos então deduzir que quanto mais elevado moralmente for o médium, mais facilmente
identificará os fluidos dos Espíritos desequilibrados, caracterizando a sua natureza.
Verificamos, portanto, que o grave problema das mistificações espirituais está diretamente
vinculado às condições morais dos médiuns.
b) Na Comunicação de Espíritos Superiores: para que um Espírito se comunique em
uma reunião mediúnica, precisa encontrar um médium que se ache em sintonia com as suas
vibrações mentais. Do contrário, o intermediário não conseguirá assimilar suas idéias e seus
pensamentos. Os Espíritos superiores vibram em uma freqüência mental muito alta, daí a
necessidade de médiuns bem equilibrados, sadios eticamente para que possam permitir a
sintonia vibratória e a comunicação torne-se uma realidade.
Muitas vezes os bondosos mentores de nossos grupos mediúnicos desejam dar uma mensagem
de incentivo, de estímulo, mas não conseguem encontrar um médium em condições
morais que permita a comunicação.
Algumas vezes, quando estas mensagens são muito importantes, o Espírito superior pode
atuar a distância, tendo como intermediário um outro Espírito em condições vibratórias menos
elevadas.
Denomina-se este processo de Telemediunidade:
ESPÍRITO SUPERIOR "JOGA A IDEIA"
⇓
ESPÍRITO DO MÉDIUM CAPTA A IDEIA E REDUZ A FREQUÊNCIA DAS ONDAS MENTAIS
⇓
MÉDIUM ENCARNADO CONSEGUE ASSIMILAR A MENSAGEM
c) Na Qualidade da Comunicação: O Espírito Erasto no item 230 do Livro dos Médiuns,
compara a mediunidade com uma máquina de transmissão telegráfica, afirmando que,
da mesma forma que as influências atmosféricas atuam negativamente nas transmissões
telegráficas, os recursos morais do médium poderão perturbar a transmissão das mensagens
de além-túmulo.
Vamos então verificar que a moralidade do médium, seus recursos intelectuais, sua cultura,
são elementos que terão uma participação efetiva nas comunicações espirituais. Sabemos
que os Espíritos se utilizam dos valores do médium na elaboração de sua mensagem. Assim
sendo, quanto mais aproximados forem esses recursos, mais facilidade vai encontrar o Espírito.
Se foi possível a concretização das obras notáveis de André Luiz, Emmanuel e outros, isto
se deve à condição moral de Chico Xavier que deu condições espirituais para que os livros
fossem ditados.
d) No Estado Geral do Médium: o estado físico-psíquico do médium durante a comunicação
mediúnica e, principalmente, ao término da comunicação, depende, também, intimamente
dos esforços empreendidos por ele em seu progresso espiritual. A sensação de mal
estar, de medo, de angústia, as emoções desagradáveis que acompanham a comunicação,
surgem em função da absorção de fluidos deletérios emitidos pela entidade em sofrimento.
Só existe uma forma de dissolver os fluidos ruins: antepondo-lhes fluidos bons. Os fluidos
bons têm uma ação desagregadora das moléculas dos fluidos negativos.
Portanto, quanto mais sadia do ponto de vista moral, for a vida do médium, melhores serão
os seus fluidos que, mais rapidamente, irão neutralizar as vibrações pestilentas dos comunicantes,
devolvendo ao medianeiro a sensação de bem estar e de tranqüilidade íntima.
e) Na Doação de Fluidos Salutares: quando uma entidade sofredora é levada a uma reunião
de labores mediúnicos, deseja-se, obviamente, que ela seja orientada e esclarecida pelos
doutrinadores. No entanto, deseja-se também que esta entidade venha a receber energias boas,
fluidos salutares do grupo mediúnico, mas, principalmente, do médium. Denomina-se este
encontro Espírito sofredor + fluidos do médium de choque anímico.
Essas energias sadias absorvidas pela entidade durante a comunicação, terão um papel
fundamental em sua recuperação espiritual "limpando" os seus centros de força e revigorando
suas forças combalidas pelos pensamentos deprimentes.
Todavia, para que o medianeiro passa doar fluidos bons, é preciso que tenha fluidos bons,
e, só tem fluidos bons, quem vive bem.
f) Na Obsessão: A obsessão é um problema que o médium vai se defrontar durante toda a
sua vida. Médiuns notáveis, portadores de faculdade mediúnicas extraordinárias e que vieram
a cair drasticamente por influenciação obsessiva.
Só existe uma forma de precatar-se de um processo obsessivo: vivendo de tal forma que
os Espíritos da sombra não possam atuar em nossos campos mentais.
A atitude mental superior, a prática constante do bem, o combate às viciações estarão elevando
as nossas vibrações espirituais e nos colocando fora da faixa de influência dos Espíritos
obsessivos.
Divaldo Franco assim se manifesta:
"Nosso caráter é a nossa defesa."
O Meio
Existem três fatores básicos na comunicação mediúnica:
o Espírito, o médium e o meio.
Vamos analisar o meio em seus dois aspectos: material e espiritual.
a) Meio Material: local em que se desenrola o trabalho mediúnico. Fatores a serem observados:
• Área física;
• Componentes encarnados: dirigente, doutrinadores e médiuns.
b) Meio Espiritual: conjunto de fatores predisponentes que facilitam e orientam o trabalho
mediúnico:
• Espíritos orientadores;
• Espíritos em tratamento;
• Fluidos resultantes das emanações dos dois planos (espiritual e material);
• Intenções dos participantes.
Segundo Manoel Philomeno de Miranda [Nos Bastidores da Obsessão], os fatores citados
acima são requisitos para uma reunião séria, desde a área física, até as intenções e vibrações
dos componentes.
Em [LM - it 231, qst 1] Allan Kardec pergunta:
"O meio, no qual se acha o médium, exerce uma influência nas manifestações?
R. Todos os Espíritos que cercam o médium o ajudam tanto no bem como no
mal."
Em [Temas da Vida e da Morte] Manoel Philomeno de Miranda diz: "Que o meio ambiente exerce efeitos e predisposições nos seres vivos.
Embora o meio sócio-cultural seja conseqüência da ação do homem, tornasse-lhe
fator de vigorosos efeitos no cmportamento, o que tem levado muitas pessoas a concluir que - o homem é o produto do meio - salvo as inevitáveis exceções."
É compreensível, portanto, que a influência do meio moral e emocional seja prevalente
nos fenômenos mediúnicos.
Além da inevitável influência do médium, em decorrência dos seus componentes íntimos,
o psiquismo do grupo responde por grande número de resultados nos cometimentos da mediunidade.
Do ponto de vista moral, os membros que constituem o núcleo, atraem, por afinidade, os
Espíritos que lhe são semelhantes, em razão da convivência mental já existente entre eles.
Onde quer que se apresentam os indivíduos, aí também estarão seus consórcios espirituais.
Assim, fica fácil entender o poder da associação de pensamento dos assistentes. Se o
Espírito for, de qualquer maneira, atingido pelo pensamento, como nós somos pela voz, vinte
pessoas unidas numa mesma intenção terão, necessariamente, mais força que uma só. Mas,
para que todos os pensamentos concorram para o mesmo fim, é necessário que vibrem em
uníssono, que se confundam por assim dizer em um só, o que não poderá acontecer sem
concentração.
Para bem compreender o que se passa nestas circunstâncias, é importante se conhecer a
influência do meio. É necessário representar cada indivíduo como que cercado por um certo
número de companheiros invisíveis que identificam com o seu caráter, os seus gostos e as
suas tendências. Allan Kardec [LM - it 331] diz: "Uma reunião é um ser coletivo cujas qualidades e propriedades são a soma de todas
as dos seus membros, formando uma espécie de feixe; ora este feixe terá tanto
mais força quanto mais homogêneo for."
Todos os componentes da reunião são acompanhados de Espíritos que lhe são simpáticos.
Segundo o seu número e a sua natureza, esses companheiros podem exercer sobre a reunião
ou sobre as comunicações um influência boa ou má. Uma reunião perfeita seria aquela em
que todos os seus membros, animados do mesmo amor pelo bem, só levassem consigo Espíritos
bons. Na falta da perfeição, a melhor reunião será aquela em que o bem supera o mal.
Por outro lado, o Espírito chegando a um meio que lhe é inteiramente simpático sente-se
mais à vontade. Contudo, se os pensamentos forem divergentes, provocam um entrechoque e
idéias desagradáveis para o Espírito e, portanto, prejudicial à comunicação.
Sendo os Espíritos desencarnados muito impressionáveis, sofrem acentuadamente a influência
do meio.
Toda reunião espírita deve, pois, procurar a maior homogeneidade possível.
O êxito das sessões espíritas se encontra na dependência dos fatores objetivos que as produzem,
das pessoas que as compõem e do programa estabelecido nos dois planos (material e
espiritual):
a) As Intenções:
"As intenções, fundamentadas nos preceitos evangélicos do amor e da caridade, do
estudo e da aprendizagem, são as que realmente atraem os Espíritos superiores, sem
cuja contribuição valiosa, os resultados decaem para a frivolidade, a monotonia e não
raro para a obsessão." (Manoel Philomeno de Miranda)
b) O ambiente ou Meio Espiritual:
"Não sendo apenas o de construção material, o ambiente deve ser elaborado e
mantido por meio de leitura edificante e da oração, debatendo-se os princípios morais
capazes de criar uma atmosfera pacificadora, otimista e refazente." (Manoel Philomeno
de Miranda)
c) Os Membros Componentes:
Os médiuns, segundo Emmanuel,
"em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas
que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades,
o passado obscuro e delituoso."
Assim, todo médium deve resguardar-se na humildade, na modéstia, convicto de
que é uma alma em processo de redenção e aperfeiçoamento, pelo trabalho e o estudo
A seriedade de uma reunião, entretanto, não é sempre suficiente para haver comunicações
elevadas. É indispensável a harmonização dos sentimentos e o amor para atrair os bons
Espíritos. Por isso os componentes da reunião devem esforçar-se por manter os requisitos
mínimos, instruindo-se e elevando-se moralmente.
Os médiuns deverão manter disciplina interior, equilibrando suas emoções, seus pensamentos,
palavras e atos para se tornarem maleáveis às instruções dos Espíritos superiores. A
faculdade mediúnica não os isenta das responsabilidades morais imprescindíveis à própria
renovação e esclarecimento, o que irá facilitar a sintonia com os mentores da reunião e melhores
condições de exercerem a enfermagem libertadora aos Espíritos trazidos para tratamento.
O Dirigente deverá possuir os requisitos mínimos para liderar o grupo mediúnico que
são: amor, boa vontade, estudo e atitudes corretas. Segundo André Luiz [Nos Domínios da
Mediunidade], o dirigente deverá ter: "devoção à fraternidade, correção no cumprimento dos deveres, fé ardorosa, compreensão,
boa vontade, equilíbrio, prudência e muito amor no coração."
Os Doutrinadores devem, igualmente, evangelizar-se estudando a Doutrina e capacitando-se
para entender e elaborar nos diversos misteres do serviço de esclarecimento e tratamento
Espiritual.
Na mesma linha de deveres dos médiuns, não poderão descurar do problema psíquico da
sintonia, a fim de estabelecerem contato com o dirigente do plano espiritual que supervisiona
os empreendimentos de tal natureza.
O doutrinador exerce a posição de elemento-terra, o mediador consciente da Espiritualidade,
que deverá analisar os problemas e as idéias de modo equilibrado e inteiramente lúcido,
revestindo-as com as luzes do Evangelho de Jesus e em coerência com os ensinamentos
codificados por Allan Kardec.
Não poderemos deixar de analisar a influência dos Espíritos que são trazidos em tratamento
às reuniões mediúnicas.
Invariavelmente, aqueles que sabem perseverar, sem adiarem o trabalho de edificação interior,
se fazem credores da assistência dos Espíritos interessados nas sementeira da esperança
e da felicidade na Terra - programa sublime presidido por Jesus, das altas esferas.
Nas reuniões sérias, os seus membros não podem compactuar com a negligência aos deveres
estabelecidos em prol da ordem geral e da harmonia, para que a infiltração dos Espíritos
infelizes não as transformem em celeiros de balbúrdia, de desordem e perturbação.
"Para que uma sessão espírita possa interessar aos instrutores espirituais, não poderá
abstrair do elevado padrão moral de que se devem revestir todos os participantes,
(... principalmente o médium onde a exteriorização dos seus fluidos, isto é, a vibração
do seu próprio Espírito, que é resultante dos atos morais praticados, o distingue das diversas
criaturas, oferecendo material específico aos instrutores espirituais para as múltiplas
operações que se realizam nos abençoados núcleos espiritistas sérios, que têm
em vista o santificante programa de desobsessão espiritual." (Allan Kardec, Livro dos
Médiuns, Cap. XXIX).
"A influência do meio decorre dos Espíritos e da maneira porque agem sobre os
seres vivos. Dessa influência cada qual pode deduzir por si mesmo as condições mais favoráveis para uma sociedade que aspire atrair a simpatia dos Espíritos bons, obtendo
boas comunicações e afastando as más."
Essas condições dependem inteiramente das disposições morais dos assistentes.
Podemos resumi-las nos seguintes pontos:
• perfeita comunhão de idéias e sentimentos;
• benevolência recíproca entre todos os membros;
• renúncia de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã;
• desejo uníssono de se instruir e de melhorar-se pelo ensinamento dos Espíritos bons e
aproveitando os seus conselhos;
• exclusão de tudo o que, nas comunicações solicitadas aos Espíritos, só tenha por objetivo
a curiosidade;
• concentração e silêncio respeitosos durante as conversações com os Espíritos;
• concurso de todos os médiuns com renúncia a qualquer sentimento de orgulho, de amor
próprio e de supremacia, com o desejo único de se tornarem úteis.
Se cumpríssemos estes itens teríamos a "reunião ideal", dentro do que preceitua a codificação
espírita.
"As condições do meio serão tanto melhores, quanto maior homogeneidade houver
para o bem, com mais sentimentos puros elevados, mais sincero desejo de ajudar e
aprender, sem segundas intenções." (Livro dos Médiuns, Cap. XXI, item 233).
A lógica, o discernimento nos aconselham prudência, disciplina e equilíbrio para que sejamos
bem orientados espiritualmente, já que a influência do meio, isto é, "a conseqüência da
natureza dos Espíritos e de seu modo de ação sobre os seres vivos" nos fará deduzir em quais
condições obteremos resultados mais favoráveis, em nossa reuniões mediúnicas.
Vamos seguir as diretrizes traçadas por Allan Kardec e termos reuniões mais produtivas,
mais disciplinadas e harmônicas.
"Tendo por objetivo a melhoria dos homens, o Espiritismo não vem procurar os
perfeitos, mas os que se esforçam em o ser, pondo em prática os ensinos dos Espíritos.
O verdadeiro espírita não é o que alcançou a meta, mas o que seriamente quer atingila."
(Allan Kardec, Revista Espírita, 1861, pág. 394, item 11).
"Estudem antes de praticar porque é a única forma de não adquirirem experiência
através do próprio sofrimento." Allan Kardec.
A mediunidade bem exercida é roteiro de iluminação que proporciona aventuras inimagináveis,
quando a afeição e o amor a abraçam em favor da humanidade. Assim considerada e
vivida, serão superados os fatores do meio que, ao invés de influenciar sempre, passam a
sofrer-lhe a influenciação, estabelecendo-se psicosfera benéfica quão salutar para todos
aqueles que constituem o grupo no qual ela se desdobra.
Cabe ao médium sincero sobrepor-se às influências do meio onde opera as suas conquistas
pessoais, gerando, em sua volta, uma psicosfera positiva quão otimista sob todos os
aspectos propícios à execução do compromisso a que se dedica.
"Não se descarte, pois, a influência do meio, que deve ser superior, nem a do médium,
que se deve apresentar equipado dos recursos próprios, de modo que se recolham
boas e proveitosas comunicações, ampliando-se o campo de percepção do mundo
espiritual, causal e pulsante, no qual se encontra mergulhado em escala menor, o físico,
por onde se movimentam homens, no processo de crescimento e evolução." (Manoel
Philomeno de Miranda / Divaldo P. Franco, Temas da Vida e da Morte).
Bibliografia
1) Livro dos Médiuns - Allan Kardec
2) Nos Bastidores da Obsessão - Manoel Philomeno de Miranda / Divaldo Franco
3) Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz / Chico Xavier
4) Tramas do Destino - Manoel Philomeno de Miranda / Divaldo Franco
5) Diversidade dos Carismas - Hermínio Miranda
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